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Merkel visita três países africanos nos próximos dias

Ludger Schadomsky
7 de outubro de 2016

Dentre os objetivos da viagem, chanceler alemã buscará restaurar estabilidade económica dos países oferecendo oportunidades aos mais jovens. Medida visa estancar fluxo migratório para a Europa.

Merkel vor Afrikakarte
Foto: picture-alliance/dpa

A chefe do Governo alemão, Angela Merkel, inicia este domingo (09.10) um périplo de três dias por três países africanos: Mali, Níger e Etiópia. Segundo salientou a chanceler, a estabilidade da União Europeia depende muito da estabilidade económica no continente africano. "É necessário ajudar os países africanos a construir uma economia que gere riqueza e postos de trabalho", disse Merkel antes de partir para o continente africano.

Recentemente, o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, também esteve no Mali e no Níger, dois países de trânsito para milhares de refugiados africanos que tentam chegar à Europa ocidental. Os dois países também sofrem com o terrorismo internacional. Grupos como a Al-Qaida no Magrebe Islâmico e Boko Haram estão presentes em ambos os países.

De acordo com o perito em questões africanas da Fundação Alemã de Política e Ciência, Dennis Tull, a migração é um tema central neste momento.

Foto ilustrativa: soldado alemão que serve ao Minusma, no MaliFoto: Reuters/M.Kappeler

"O tema da migração é um tema de extrema importância aqui na Alemanha. Por outro lado, a migração também faz parte da identidade de grande parte dos jovens no continente africano. Em países como o Senegal ou o Mali, práticamente todos os jovens pensam em emigrar. A emigração faz parte da norma socio-cultural".

Oportunidades para os mais jovens

Angela Merkel, segundo os observadores, quer dar alternativas à juventude africana. A melhor maneira de manter os jovens nos seus países é dar-lhes oportunidades de formação e de emprego. E é nesses campos, precisamente, que o Governo alemão pretende investir. Uma delegação de empresários alemães acompanhará a chanceler, com objetivo de viabilizar possibiliades de investimento nos países em questão.

Denis Tull afirma que "é importante aumentar o volume de negócios de empresas alemãs no continente africano”. Segundo o especialista, "Enquanto a Alemanha não tiver interesses económicos em África a cooperação permancerá pouco dinâmica. No caso do Mali, por exemplo, as trocas comerciais continuam num nível bastante baixo. Há que alterar este estado de coisas", alerta Tull. 

Mali e Etiópia

07.10. Merkel em África - MP3-Mono

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Para além do reforço das trocas comercais discute-se também um reforço da presença militar alemã na região, mais precisamente no Níger. O exército alemão tem planos de construir uma base militar no Níger, para assim contribuir para a estabilização da região do Sahel. Os soldados alemães deverão também prestar apoio à Minusma, a missão militar das Nações Unidas no Mali. Angela Merkel encontrar-se-á com soldados alemães no aeroporto militar de Bamako, capital do Mali.

A última etapa da visita de Merkel pelo continente africano é a Etiópia, país que tem sido criticado pelas sistemáticas violações dos direitos humanos. Em Addis Abeba, Angela Merkel inaugurará um novo edifício da União Africana, que teve a obra financiada com dinheiro alemão.

Um grupo de dissidentes etíopes residentes na Alemanha manifestaram-se nestes dias, em Berlim, contra o regime etíope. Um dos manifestantes apelou à Angela Merkel no sentido de colocar e dedo na ferida e levantar a voz junto do Governo etíope contra as violações dos direitos humanos.

"Morrem pessoas todos os dias na Etiópia. Pessoas que se manifestam contra o regime. Não é justo apoiar o Governo etíope. Esse Governo perdeu toda a legitimidade", apelou o manifestante em Berlim.

 

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