Militar morto a dois dias das eleições na Guiné-Conacri
16 de outubro de 2020A dois dias das eleições presidenciais na Guiné-Conacri, homens armados mataram um comandante numa base militar em Kindia, a quarta maior cidade do país.
O ministro da Defesa, Mohamed Diane, informou em comunicado que, "na noite de quinta para sexta-feira [16.10], homens armados abriram fogo dentro do campo militar […] ferindo fatalmente o coronel Mamady Condé".
Uma fonte militar disse à agência de notícias France-Presse, sob condição de anonimato, que o oficial enfrentava acusações de "nepotismo, etnocentrismo e sobretudo de ter bloqueado os bónus para os soldados que regressavam de Kidal", no Mali, tendo sido ameaçado várias vezes. Outra fonte disse à agência dpa que o ataque resultou de uma tentativa fracassada de motim.
As autoridades da Guiné-Conacri referem apenas que "as investigações estão em curso e as buscas continuam".
Acesso ao centro da capital barrado
Entretanto, na contagem decrescente para as presidenciais de domingo, as forças de segurança montaram barricadas nas estradas, bloqueando o acesso ao centro da capital. A Agência France-Presse refere que não foi dada qualquer explicação oficial sobre a medida.
A campanha eleitoral para as presidenciais de domingo tem sido turbulenta, sucedendo a meses de protestos contra a candidatura de Alpha Condé, de 82 anos de idade, a um terceiro mandato de cinco anos na Presidência.
Durante a campanha, as trocas de insultos entre Condé e o seu principal adversário, Cellou Dalein Diallo, de 68 anos, foram constantes. Este mês, Diallo disse em entrevista à emissora France 24: "Com a sua idade, Alpha Condé já não está apto para liderar a Guiné, está cansado".
Fonte da polícia referiu à AFP que Condé deverá visitar a capital para uma última ação de campanha antes das presidenciais de domingo.
A União Africana vai enviar 25 observadores às eleições. A missão da UA será comandada pelo ex-primeiro-ministro da República Democrática do Congo Augustin Matata Ponyo.