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Ministra moçambicana alerta para escravatura em África

Lusa | AFP | tms
2 de dezembro de 2017

Africanos sofrem "diferentes maneiras" de escravatura, afirma a ministra da Juventude e Desportos de Moçambique, Nyeleti Mondlane.

Centro de detenção de migrantes na Líbia (foto de arquivo/2016)Foto: picture-alliance/AP Photo/M. Brabo

A ministra da Juventude e Desportos de Moçambique, Nyeleti Mondlane, considerou, este sábado (02.12), que África vive o problema da escravatura "um pouco por todo o continente, acrescentando que é "penoso, mas excelente", que o tema esteja no topo da agenda mediática.

"Vivemos o problema da escravatura um pouco por todo o continente, mas de maneiras diferentes", explicou a governante, que até à semana passada era a vice-ministra dos Negócios Estrangeiros e Cooperação. 

Mondlane chama a atenção para a situação na África Austral, onde, segundo ela, mulheres e meninas são traficadas para a indústria do sexo. O tema foi debatido esta semana na cimeira entre a União Europeia (UE) e a União Africana (UA), que terminou na quinta-feira em Abidjan, na Costa do Marfim.

"A escravatura moderna existe, as televisões têm programas sobre isso, e talvez porque não nos convém ouvir as mensagens e parece que o problema está longe da nossa casa, não prestamos muita atenção", disse a ministra moçambicana, que chefiou a delegação de Moçambique na cimeira.

Mercado de escravos na Líbia

02:02

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Tráfico de pessoas

O tema da migração e da escravatura na Líbia surgiu há semanas quando a CNN divulgou uma reportagem na qual mostrava africanos negros a serem vendidos num mercado perto de Trípoli como escravos por traficantes de pessoas, causando a indignação generalizada da comunidade internacional.

A maioria das pessoas encontradas naquela situação em Trípoli são jovens da África subsaariana, oriundos de países como Nigéria, Burkina Faso ou Costa do Marfim. Nesta semana, o Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, lamentou que os nigerianos estejam a ser "vendidos como cabras" e prometeu repatriar todos os cidadãos que estão em situação de risco na Líbia. 

Só no mês de novembro, cerca de 1.300 nigerianos na Líbia foram levados de volta para casa com a ajuda da Organização Internacional para as Migrações (OIM) e a UE. Segundo a OIM, os nigerianos lideram o número de pessoas que tentam migrar ilegalmente para o continente europeu.

Na quarta-feira, durante a cimeira, o Presidente da França, Emmanuel Macron, anunciou uma operação militar e policial para desmantelar redes de tráfico de imigrantes na Líbia e defendeu o reforço da intervenção militar contra o radicalismo islâmico no deserto do Sahel, considerando que as imagens divulgadas pela CNN sobre o que aconteceu na Líbia mostram "um crime contra a humanidade".

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