Ministro alemão anuncia 120 milhões de euros para Etiópia
AFP | Reuters | EPD | cvt
10 de maio de 2020
O chefe da pasta do Desenvolvimento Gerd Müller anunciou mais ajuda para combater a pandemia de Covid-19 em África. Na Etiópia, ajuda destina-se à estabilização e expansão de infraestruturas sanitárias.
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O ministro alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller, anunciou mais ajuda para combater a pandemia do coronavírus em África. A Etiópia será apoiada com 120 milhões de euros, disse Müller aos jornais do grupo de média alemão Funke, localizado na cidade de Essen na Alemanha.
Os fundos devem ser utilizados para a estabilização e expansão de infraestruturas sanitárias.
As medidas destinam-se igualmente a apoiar o processo de reforma do primeiro-ministro e Prémio Nobel da Paz Abyi Ahmed, que notadamente alcançou avanços no que se refere à liberdade de imprensa, à luta contra a corrupção e à modernização económica, afirmou Müller.
Estes sucessos estão em grande perigo, advertiu. "Na Etiópia, as exportações para a Europa diminuíram em um terço. As fábricas estão a fechar, já se perderam 1,5 milhões de postos de trabalho. Muitos Milhões de pessoas estão a entrar na pobreza", descreve o ministro.
"Evitar uma catástrofe" em África
O ministro alemão do Desenvolvimento referiu-se igualmente às estimativas de
Organização Mundial de Saúde (OMS), segundo a qual, em África, no período de um ano, 30 a 40 milhões de pessoas poderiam ser infetadas pelo coronavírus.
De acordo com o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana, este domingo (10.05), o número de casos da Covid-19 em África ultrapassou os 60 mil e 2.223 pessoas morreram em 53 países.
A Alemanha e a Europa são chamadas a "evitar uma catástrofe em África", afirmou Müller. "Aqui podemos prestar uma ajuda específica, através da criação de capacidade de produção de kits de teste em África, capacidade laboratorial, tecnologia médica e equipamentos respiratórios", avaliou.
A crise da Covid-19 está a destruir os êxitos de desenvolvimento de anos, lamentou o ministro alemão. O colapso das exportações e das receitas ameaça a estabilidade dos Estados africanos. "Temos de evitar que países inteiros vão à falência e que motins e guerras civis desenvolvam-se", acrescentou Müller.
Ajudar a África Oriental
O ministro alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller, alertou ainda para a fome na África Oriental devido à pandemia da Covid-19. A pandemia acentua as já graves consequências da praga de gafanhotos na região, disse Müller ao portal online T-Online. Em vários países, disse ele, a contenção da peste estaria a ser bloqueada pelas restrições iniciais impostas devido ao coronavírus. Em resultado disso, a crise da fome é ameaçadora.
A Etiópia, o Quénia e a Somália são países particularmente atingidos, afirmou Müller. "A Somália declarou o estado de emergência. Milhões de gafanhotos estão a comer os campos vazios. Isso significa: nenhum alimento, nenhuma semente nova, nenhum alimento para os animais", explicou.
No total, só na África Oriental, mais de 25 milhões de pessoas estão ameaçadas pela fome, advertiu o ministro. "São as populações [dos estados alemães] da Baviera, de Baden-Württemberg e de Hamburgo juntas", comparou.
Müller apelou à comunidade internacional para que ajude mais as pessoas afectadas. "A praga dos gafanhotos e a crise do coronavírus não devem conduzir à fome, à miséria, à deslocação e, em última análise, a movimentos incontroláveis de refugiados", concluiu o ministro alemão do Desenvolvimento, Gerd Müller.
Prémio Nobel: Os representantes da Paz em África
Primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, recebe o Prémio Nobel da Paz de 2019. Trata-se do décimo africano a ser reconhecido pelo trabalho de reconciliação. O Nobel da Paz foi para África pela primeira vez em 1960.
Foto: Getty Images/AFP/E. Soteras
Primeiro laureado
Albert Luthuli foi o primeiro africano a receber o Prémio Nobel da Paz, em 1960, pela sua luta pacífica contra a segregação racial na África do Sul. Ele era presidente do ANC na ocasião da premiação, e o movimento de libertação funcionava na clandestinidade. Ele recebeu o prémio em Oslo um ano depois do seu nome ser escolhido, porque a proibição de deixar o país foi suspensa por dez dias.
Foto: Getty Images/Keystone/Hulton Archive
Líder espiritual
O arcebispo Desmond Tutu foi um dos líderes morais da África do Sul, com uma trajetória de defesa dos direitos humanos e contra a discriminação racial. É do religioso a expressão: "Somos uma nação arco-íris". Em 1984, o sacerdote anglicano recebeu o Prémio Nobel. Amigo de Nelson Mandela, Tutu é conhecido pelo bom humor. Um dos seus admiradores é o líder espiritual tibetano Dalai Lama.
Foto: picture-alliance/dpa
Amandla!
Esta imagem percorreu o mundo. Quando o herói anti-apartheid Nelson Mandela foi libertado, em 1990, após 27 anos de prisão, a África do Sul prendeu a respiração. Era um momento histórico. A luta incansável de Madiba contra a opressão abriu caminho para a democracia na África do Sul. Um ano antes, Mandela recebeu o Prémio Nobel da Paz juntamente com o chefe do Governo, Fredrik Willem de Klerk.
Foto: AP
Dois adversários unidos
Coragem, paciência e perseverança conduziram estes dois homens a algo que parecia impossível. Nelson Mandela e Fredrik Willem de Klerk, então Presidente da África do Sul, receberam em conjunto o Prémio Nobel da Paz, em 1993, antes mesmo de Mandela ter sido eleito o primeiro Presidente negro. A revolução pacífica foi um sucesso, mas o processo de paz na África do Sul está longe de terminar.
Foto: AP
Pela paz em todo o mundo
Em 2001, o então secretário-geral e a instituição Nações Unidas receberam o Prémio Nobel pelo compromisso com um mundo "mais organizado e mais pacífico". A carreira brilhante de Kofi Annan tem uma ressalva, que veio à tona com as acusações de que a ONU teria sido omissa durante o genocídio no Ruanda. Annan era o chefe das Forças de Paz da ONU em 1994 e admitiu que falhou.
Foto: Reuters
Mama Miti: "A mãe das árvores"
Em 2004, uma mulher negra recebeu pela primeira vez o Prémio Nobel da Paz: Wangari Maathai. A queniana lutou pelos direitos das mulheres e contra a pobreza no seu país. Maathai foi vice-ministra do Meio Ambiente e era chamada de "Mãe das Árvores" pelo "Movimento Cinturão Verde", que ela mesma criou. Ela celebrou o prémio à sua maneira, escrevendo na sua autobiografia: "Plantei uma árvore."
Foto: Getty Images/AFP/T. Bendiksby
Três mulheres agraciadas
Em 2011, três mulheres foram laureadas em conjunto: a Presidente da Libéria, Ellen Johnson-Sirleaf (à direita), a sua compatriota, a ativista de direitos humanos Leymah Gbowee (ao centro), e a jornalista Tawakkul Karman, do Iémen. As duas liberianas foram homenageadas pelos seus esforços para salvar o seu país da violência da guerra civil.
Foto: dapd
"Doutor Milagre"
O médico e defensor dos direitos humanos, o congolês Denis Mukwege, fez do apoio às vítimas de violência sexual o trabalho de uma vida inteira. Durante muitos anos, o ginecologista foi o cirurgião-chefe do Hospital Panzi, em Bukavu, que ele próprio fundou em 1999. Ele oferece esperança e renova a coragem das vítimas. Por isso foi premiado em 2018, juntamente com a ativista yazidi Nadia Murad.
Foto: picture-alliance/AP Photo/Norwegian Church Aid
Iniciativa corajosa
O primeiro-ministro da Etiópia, Abiy Ahmed, será laureado pelo empenho para a paz com a vizinha Eritreia. A insistência pela reconciliação no seu próprio país também impressionou os jurados do Prémio Nobel, apesar da concretização desse objetivo ser longa e difícil. O processo corajoso de reforma no conturbado Estado multiétnico da Etiópia impressionou o júri do prémio.