Ministro da Agricultura moçambicano procura captar investimentos em Berlim
25 de janeiro de 2012 O ministro da Agricultura de Moçambique, José Pacheco, veio a Berlim para reforçar a cooperação económica. “Quisemos expôr as oportunidades de investimentos em Moçambique na expectativa de atrair investimentos prioritariamente na produção de alimentos”, afirmou nesta terça-feira (24.01) em declarações à DW África.
De acordo com José Pacheco, o Ministério da Agricultura estaria negociando um intercâmbio entre produtores moçambicanos e alemães. Apesar das diferenças climáticas entre os dois países, os especialistas europeus teriam muito a oferecer aos africanos. “Há pacotes tecnológicos que não têm limitação climática. Por exemplo, atividades como preparação de terras, conservação de terras e de água, hidráulica agrícola e operações com mecanização agrícola não dependem de fatores climáticos”.
Os três desafios de Moçambique
Falando sobre as prioridades de sua pasta, José Pacheco reconheceu a baixa produtividade agrícola de seu país e disse identificar três desafios principais que devem ser enfrentados.“A necessidade de ter sementes de qualidade, de fazer da irrigação parte integral dos investimentos no produtor e não ficar dependente só das chuvas e de observar os aspectos de fertilidade do solo e fertilizantes que permitam uma maior produtividade”.
O ministro da Agricultura revelou as iniciativas do governo moçambicano para solucionar o problema.”A nossa instituição de investigação agrária está empenhada na geração de pacotes tecnológicos e na produção de sementes melhoradas com vista a garantir uma maior produtividade do setor agrário”.
O impacto da Jatropha
Um dos projetos agrários mais polémicos em Mocambique é o investimentos na plantação de Jatropha, cuja semente é matéria-prima para a produção de biodiesel. O projeto gerou alta expectativa nos investidores e críticas duras por parte de ambientalistas e especialistas que consideram os resultados das plantações como insatisfatórios.
José Pacheco considera que “a iniciativa de Jatropha moçambicana vai ter efetivamente impacto quando a extração de óleo estiver instalada e a dimensão da Jatropha puder fazer de Moçambique um dos países produtores de biocombustível. Há plantas que já estão a gerar sementes para a extração de óleo. A Jatropha já está a contribuir para a melhoria da renda dos agricultores moçambicanos”.
Agora há que, segundo José Pacheco, posicionar Moçambique no mercado internacionla do biodiesel. “O grande trabalho que nós temos que fazer agora é o suporte científico para garantir que o produtor tenha variedades de Jatropha para tornar a sua atividade mais rentável, por um lado. Por outro, os mecanismos de comercialização e processamento precisam de estar presentes nas dimensões das plantações de Jatropha que já temos em Moçambique”.
Autor: Cris Vieira(Berlim)
Edição: Helena Ferro de Gouveia/António Rocha