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Delegação do FMI desloca-se a Moçambique

Leonel Matias (Maputo)
10 de julho de 2017

O Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou uma missão a Moçambique, para discutir com as autoridades a auditoria às dívidas ocultas do país, que há um ano fizeram congelar os apoios externos.

Mosambik - Maputo
Foto: picture-alliance/dpa

Uma missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) iniciou esta segunga-feira (10.07.) uma visita a Moçambique, a primeira após a divulgação do sumário executivo do relatorio da auditoria internacional e independente realizada pela consulta Kroll às chamadas divídas ocultas do país.

A missão do FMI vai discutir com as autoridades moçambicanas os resultados da auditoria internacional e independente às dívidas contraídas por três empresas em 2013 e 2014 com garantias do Estado sem o conhecimento do Parlamento e dos parceiros internacionais.

Os empréstimos totalizam dois mil milhões de dólares e foram concedidos a favor das empresas EMATUM, Proíndicus e Moçambique Asset Management.

A missão chefiada por Michel Lazare teve um encontro esta segunda-feira com o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane.

Missão em Moçambique até 19 de julhoDurante a sua estada em Maputo, que se prolonga até ao próximo dia 19, a missão do FMI vai abordar preocupações relacionadas com a gestão de recursos públicos, assim como reavaliar a situação macroeconómica e discutir as oprioridades das autoridades relativas ao orçamento de 2018.

Foto: Getty Images/AFP/M. Ngan

A missão vai discutir ainda possíveis medidas de seguimento dos resultados da auditoria internacional e independente.

Aquele organismo internacional considera que o relatório sumário da auditoria tornado público contém informação útil sobre como os empréstimos foram contraídos e sobre os ativos adquiridos pelas empresas. Acrescenta que persistem lacunas de informação, em particular no que se respeita ao uso dos fundos dos empréstimos.

Retoma da assistência financeira?

Egídio VazFoto: Marta Barroso

Analistas ouvidos pela DW África consideram que a visita poderá contribuir para melhorar as relações entre Moçambique e o FMI, mas não acreditam que resulte ainda na retomada da assistência financeira daquele organismo internacional ao país.

Gil Laurenciano é de opinião de que a visita vai marcar o início de uma nova fase no relacionamento entre as duas partes, na medida em que ao divulgar o relatório sumário da auditoria, o Governo deu um primeiro sinal na direção que o FMI vinha exigindo.

Contudo, aponta que "o sumário fala de informação que não pode dar sob alegação de ser segredo militar, etc. .Também não vem lá os nomes mas está claro que há muita matéria criminal. Eu não sei se o FMI vai-se ocupar durante esta semana toda a tentar conseguir mais esclarecimentos e talvez exigir a responsabilização de possíveis implicados do que de facto começar a negociar o reatamento do seu programa com Moçambique".Um outro analista Egídio Vaz também acha que os resultados da visita vão abrir caminho para que sejam mais céleres os passos seguintes com vista a retoma da assistência do FMI ao país.

10.07.2017 FMI/Moçambique - MP3-Mono

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Mas, para Egídio Vaz esta não será a primeira nem a última missão antes que o programa de ajuda seja totalmente restabelecido.

"Ainda existem passos subsequentes que ao nível do Governo eventualmente o FMI vai querer que haja ainda mais clarificação antes que finalmente se limpe o caminho para a retoma das relações e do programa de assistência. Mas de uma maneira ou outra já é um passo muito bom e significativo que o FMI tenha vindo desta vez”.

A agenda de encontros entre os elementos do FMI e as autoridades moçambicanas permanece reservada e as reuniões vão decorrer à porta fechada.



 

 

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