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PolíticaNíger

MNE espanhol em África para preparar presidência europeia

Lusa
10 de janeiro de 2023

O Ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol visita Níger, Nigéria e Guiné-Bissau esta semana com vista a realçar que o continente será uma prioridade da presidência europeia que Madrid assumirá em julho.

José Manuel Albares
Foto: Anjum Naveed/AP/picture alliance

José Manuel Albares "inicia uma 'tour' africana para reforçar laços face à Presidência da UE", no segundo semestre de 2023, e abordará no Níger, Nigéria e Guiné-Bissau "assuntos de ordem política e económica e projetos de cooperação", segundo um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) espanhol divulgado esta terça-feira (10.01).

"Através dos três países", o ministro "quer reafirmar o compromisso de Espanha com o continente", que "enfrenta múltiplos desafios, como o terrorismo, a pobreza, as alterações climáticas, a insegurança alimentar, a luta contra o tráfico de seres humanos, a crise energética e o crime organizado", lê-se no comunicado.

"A menos de seis meses de Espanha assumir o comando do Conselho da União Europeia, o ministro quer avançar que África estará entre as prioridades dessa presidência espanhola com iniciativas concretas que abarcam desde questões políticas a económicas e humanitárias", acrescenta o texto.

A viagem de Albares arranca na quarta-feira no Níger e termina na quinta-feira na Guiné-Bissau, depois de passar pela Nigéria.

No caso da Guiné-Bissau, o MNE espanhol pretende manifestar "apoio aos avanços que o Governo tem conseguido em matéria económica e social".Foto: Creative Commons/Teseum

Níger, Nigéria e Guiné-Bissau

No caso da Guiné-Bissau, o MNE espanhol pretende com esta visita, segundo o mesmo comunicado, manifestar "apoio aos avanços que o Governo tem conseguido em matéria económica e social".

Em relação ao Níger, o texto realça que há no país uma "histórica aposta da Cooperação Espanhola" que o MNE pretende "reforçar nesta viagem" e que é "Especialmente relevante num momento de crise alimentar desatada pela guerra na Ucrânia", iniciada em fevereiro de 2022 com um ataque da Rússia.

Quanto à Nigéria, o governo espanhol destaca que "é um dos grandes atores regionais e constitui a primeira economia do continente".

O mesmo texto refere que Espanha está ainda, pelo terceiro ano, com a presidência da assembleia-geral da Aliança Sahel, pelo que o país se considera "um interlocutor muito qualificado para abordar desafios" que partilha com a Comunidade de Estados da África Ocidental (CEDAO), "com cujos responsáveis abordará a situação na região".

"Espanha quer estabelecer sólidas alianças com os países africanos para enfrentarmos juntos os desafios que temos em comum", Pedro SánchezFoto: Olivier Matthys/AP/picture alliance

Aliança Sahel

A Aliança Sahel foi lançada em julho de 2017 e é constituída pela União Europeia, Banco Mundial, Banco Africano de Desenvolvimento, Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento e organizações da Alemanha, Espanha, França, Itália, Luxemburgo e Reino Unido.

O Governo espanhol apresentou em 2021 o plano "Foco África 2023", com o qual tenta marcar um ponto de viragem nas relações com o continente africano e diversificar a sua influência diplomática fora da Europa, tradicionalmente centrada na América Latina e no norte de África.

O "Foco África 2023” considera como "países âncora” Nigéria, Etiópia e África do Sul e, como "países prioritários”, Senegal, Costa do Marfim, Gana, Quénia, Tanzânia, Moçambique e Angola.

"África é um continente com uma importância geoestratégica crescente e chave na ação exterior do nosso país. Espanha quer estabelecer sólidas alianças com os países africanos para enfrentarmos juntos os desafios que temos em comum", disse Pedro Sánchez, em 27 de outubro do ano passado.

Segundo Sánchez, "a emergência climática é sem dúvida nenhuma" o maior desses desafios comuns, a que juntou "a transição energética que implica essa emergência climática", "a evolução tecnológica", a segurança alimentar ou os movimentos migratórios.

Sánchez esteve em 2022 no Quénia e na África do Sul, depois de em 2021 ter visitado Senegal e Angola.

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