Em Chimoio, organizações da sociedade civil pressionaram o Governo e a RENAMO este sábado (02.09) para um acordo de paz. Nyusi assegura estar empenhado no diálogo com o partido da oposição.
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Centenas de pessoas, representando diversas organizações da sociedade civil, marcharam este sábado (02.09) em Chimoio, capital provincial de Manica, região central de Moçambique, com objetivo de pressionar o Presidente da República, Filipe Nyusi, e o líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, para um acordo de paz efetiva e duradoura no país.
Os manifestantes percorreram diferentes ruas e avenidas da capital dizendo "queremos a paz, papa Nyusi, papa Nyusi não se canse com a promessa que fizeste com a população que é de trazer a paz efectiva e duradoura em Moçambique".
O representante das confissões religiosas em Manica, Pedro Francisco, disse que os moçambicanos querem que os dois líderes cheguem em breve a um acordo de paz. "Queremos encorrajar o Presidente a prosseguir com trabalho de busca pela paz. Enaltecemos a disponibilidade que teve de ir falar com o líder da RENAMO. Por esta razão que nós estamos a marchar".
O administrador de Chimoio, Daniel Marques Andicene, também fez parte da marcha e explicou que "a manifestação foi promovida pela sociedade civil". "Nós, como governo, juntamo-nos a eles porque acreditamos ser uma marcha que espelha uma realidade. Queremos encorajar o Presidente da República a intensificar cada vez mais o diálogo com a RENAMO para alcançar a paz definitiva".
"Queremos circular livremente pelas estradas"
Entre os cidadãos que participavam da caminhada este sábado estava Roque Armando. Segundo ele, a população reconhece os esforços que têm sido feitos por ambas as partes para que um acordo de paz seja alcançado.
"Estamos nesta marcha por uma simples razão. Primeiro, queremos enaltecer o esforço do Presidente Nyusi por ter se deslocado a serra de Gorongosa para conversar com o Afonso Dhlakama. Também queremos pressionar os dois a se entenderem para que a paz seja efetiva e duradoura no nosso país", explicou Armando, que também fez um apelo: "Não mais a guerra em Moçambique. Queremos circular livremente nas estradas".
Diálogo para a paz
"Todos pela paz em Moçambique"
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O Presidente Filipe Nyusi assegurou nesta sexta-feira que o Governo continuará a dialogar com a RENAMO para o alcance de um acordo definitivo de paz para o país. Ainda segundo Nyusi, o fato de o diálogo para a paz ter sido assumido por ambos os líderes demonstra o compromisso firmado para o fim dos conflitos em Moçambique.
Segundo a agência de notícias AFP, o líder da RENAMO, maior partido da oposição moçambicana, voltou a afirmar também nesta sexta-feira que pretende assinar com o Governo um acordo de paz entre os meses de outubro e novembro.
O eterno segundo lugar: uma vida na oposição em África
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Foto: Reuters
O guerrilheiro moçambicano
Afonso Dhlakama é um veterano entre os oposicionistas africanos de longa duração. Em 1979 assumiu a liderança do movimento de guerrilha Resistência Nacional Moçambicana, RENAMO. Este tornou-se num partido democrático. Mas Dhlakama é famoso pelo seu tom combativo. Por vezes ameaça pegar em armas contra os seus inimigos. E concorreu cinco vezes sem sucesso à presidência do país.
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O primeiro jurista doutorado na RDC
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Raila Odinga: a política fica em família
Filho do primeiro vice-presidente do Quénia, Raila Odinga nunca escondeu a ambição de um dia assumir a presidência. Foi deputado ao mesmo tempo que o pai e o irmão. Mas não se pode dizer que seja um militante fiel de algum partido: já mudou de cor política por quatro vezes. Após a terceira derrota nas presidenciais de 2013, apresentou queixa em tribunal contra o resultado e ... perdeu.
Foto: Till Muellenmeister/AFP/Getty Images
O Dr. Col. Kizza Besigye do Uganda
Besigye já foi um íntimo de Museveni, para além do seu médico privado. Quando começou a ter ambições de poder, transformou-se no inimigo número um do Presidente do Uganda. Foi repetidas vezes acusado de vários delitos, preso e brutalmente espancado em público. Voltou a candidatar-se nas presidenciais de maio de 2016, durante as quais ocorreram novamente distúrbios violentos.
Foto: picture-alliance/dpa/D. Kurokawa
Juntos por um novo Chade
Saleh Kebzabo (esq.) e Ngarlejy Yorongar são os dois rostos mais importantes da oposição no Chade. Embora sejam de partidos diferentes, há muitos anos que lutam juntos pela mudança política no país. Mas desavenças no ano de eleições 2016 enfraqueceram a aliança. A situação beneficiou o Presidente perene Idriss Déby, que somou nova vitória eleitoral.
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O Presidente autoproclamado
Desde o início da sua atividade política que Jean-Pierre Fabre se encontra na oposição do Togo. O líder da “Aliança Nacional para a Mudança” concorreu por duas vezes à presidência. Após a mais recente derrota, em abril de 2015, rejeitou os resultados do escrutínio e autoproclamou-se Presidente. Sem sucesso.
O pai foi Presidente do Gana na década de 70. Nana Akufo-Addo demorou muitos anos até seguir-lhe as pisadas. Muitos ganeses não levam muito a sério as tentativas desesperadas para chegar à presidência, tendo dificuldades em identificar-se com este membro das elites. Mas em novembro de 2016, Akufo-Addo candidatou-se pela terceira vez e venceu as eleições. Desde janeiro de 2017 é Presidente do Gana.