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Moçambicanos prometem ir às urnas nas eleições gerais

13 de fevereiro de 2024

90% dos cinco mil inquiridos pela Plataforma Decide dizem que vão votar nas eleições gerais de outubro em Moçambique, apesar da insatisfação com os resultados das eleições autárquicas.

Foto de arquivo (2023): Votação para as eleições autárquicas em Maputo
Foto: Alfredo Zuniga/AFP

A Plataforma Decide, uma congregação de organizações não-governamentais, acredita que haverá participação em massa nas eleições gerais de outubro deste ano. Isto, apesar da insatisfação popular por os resultados das autárquicas de 2023 não terem sido "credíveis".

A plataforma lançou esta terça-feira (13.02) os primeiros dados dos inquéritos mensais sobre a estimativa de participação nas eleições de 2024.

Previsões vs. Realidade

Os processos eleitorais em Moçambique têm sido caraterizados pela fraca qualidade na organização e falta de engajamento e apresentação de propostas concretas dos partidos políticos, e foi a pensar nisto que a Plataforma Decide apresentou o estudo, afirmou o coordenador Wilker Dias.

"O que leva a plataforma a trabalhar neste quesito é o facto de, no ano passado, se ter verificado uma alta de ilícitos eleitorais, uma certa insatisfação por parte da população", explica o responsável. "Usamos este fator para podermos medir diretamente os indicadores do voto para o presente ano eleitoral".

Dos cinco mil inquiridos nas onze cidades capitais, cerca de 90% afirmaram que vão às urnas a 9 de outubro para as eleições gerais.

Wilker Dias (esq.), na apresentação dos resultados do estudo, em MaputoFoto: Romeu da Silva/DW

No entanto, o professor Miguel de Brito diz que, no dia da votação, o resultado pode ser outro: "Não podemos tomar isto como um fator adquirido. É sempre bom dizer que há um histórico de as pessoas não dizerem a verdade", lembra.

Além disso, acrescenta o professor, sabe-se que "a diferença entre os 90% dos que se recenseiam e os 50% que votam tem explicações".

"Estes vieses da resposta politicamente correta também afetam em quem eu vou votar", conclui.

Ajudar candidatos e partidos

A Plataforma Decide entende que os órgãos eleitorais devem melhorar as campanhas de sensibilização da população para aderir ao recenseamento eleitoral. "Através disto, nós também vamos medir o nível de pessoas que se recensearam e os que não se recensearam no presente ano", explica Wilker Dias.

Por outro lado, a congregação de ONG também pretende "influenciar para que os próximos candidatos às eleições presidenciais possam massificar o seu manifesto e a sua imagem, construindo-os melhor para que se adequem às necessidades do povo".

Em março, a Plataforma irá aos distritos para fazer o mesmo estudo e a ideia será medir o interesse da população pelos candidatos às presidenciais, segundo Wilker Dias.

"Isto é, para termos uma radiografia mais completa do cenário que será vivenciado a nível de participação, mas também o tipo de candidatos que o povo precisa", explica. "E isso vai ajudar os partidos políticos de todos os estratos".

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