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Órgão eleitoral do Niassa admite falhas no recenseamento

Conceição Matende
13 de junho de 2023

Na província do Niassa, Moçambique, a Comissão Provincial de Eleições admite falhas no processo de contratação dos brigadistas. A meta fixada não foi alcançada na província.

Mosambik | Wählerregistrierung in Cabo Delgado
Foto: Delfim Anacleto/DW

Dos 680 mil potenciais eleitorais previstos, foram recenseados cerca de 450 mil moçambicanos, num total de seis distritos autárquicos - nomeadamente Cuamba, Lago, Lichinga, Mandimba, Mecanhelas e Marrupa. As dificuldades no manuseamento do equipamento informático pelos brigadistas no processo de contratação foram alguns dos fatores que contribuíram para a morosidade no atendimento. 

Aos jornalistas, o presidente da Comissão Provincial de Eleições no Niassa, Xavier Uaceda, reconheceu que o processo não correu como previsto. "Houve grandes constrangimentos às vias de acesso, erros de captação de fotografias - principalmente de pessoas da terceira idade -, além de erros de emissão de cartões e dificuldades de meios de transportes", disse.

Alguns dos constrangimentos foram o acesso às vias de acesso e erros de captação de fotografias (foto ilustrativa)Foto: DW/M. Mueia

Alocação de reforços

Segundo a presidente da comissão provincial, para tentar solucionar estas dificuldades, houve a alocação de reforços em todas as autarquias e principalmente nos postos onde se registavam grande afluência.

Questionado sobre as contestações dos partidos políticos de oposição que acusam o órgão eleitoral de falhas propositadas para impedir que os seus apoiantes pudessem recensear, Uaceda explicou que trata-se de "um órgão que não funciona com informações que vêm de fora", disse.

"Como órgão, não recebemos nenhuma notificação que padecemos agir. Quando recrutamos as pessoas, estamos baseados nas informações curriculares", acrescentou.

Para medir o nível de adesão e o trabalho dos brigadistas nos postos de recenseamento eleitoral, Barnabé Ncomo, membro da Comissão Nacional de Eleições (CNE), lidera uma equipa que está a monitorizar o processo no terreno. 

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Preocupação

O responsável pala monitoria do processo na província do Niassa não escondeu a sua preocupação com o incumprimento das metas, principalmente nos distritos de Lichinga e Mandimba.

"Estamos apreensivos, sobretudo [por causa] do distrito de Lichinga e Mandimba, onde os números estão baixos. Muita coisa concorreu para este processo e estamos perante um novo modelo de cartões de eleitores", disse.

"Há uma vontade extrema de participar neste processo, [mas] pode haver fraca capacidade de resposta dos nossos órgãos", acrescentou.

O reduzido número de eleitores inscritos pode afetar o desempenho das assembleias municipais.

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