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Moçambique: 26 dissidentes da RENAMO largaram as armas

Lusa
11 de novembro de 2021

Pelo menos 26 membros do grupo dissidente da RENAMO no centro de Moçambique largaram as armas e vão juntar-se ao processo de paz. O anúncio foi feito pelo enviado pessoal do secretário-geral da ONU no país.

Foto de arquivoFoto: DW/A. Sebastião

"Temos membros da autoproclamada Junta Militar da RENAMO que vão aderir ao processo de desmobilização, em resultado de um acordo entre o Governo e a RENAMO", declarou Mirko Manzoni, durante uma conferência de imprensa sobre o processo de paz hoje em Maputo.

A autoproclamada Junta Militar da RENAMO perdeu o seu líder, Mariano Nhongo, em 11 de outubro, após 28 meses contestando a liderança do principal partido de oposição e exigindo a renegociação do acordo de paz assinado entre o Governo e a RENAMO em 2019.

Mariano Nhongo foi abatido numa mata do distrito de Cheringoma, província de Sofala, centro do país, durante uma troca de tiros com uma patrulha policial, após meses de ofensivas das forças governamentais visando travar os ataques armados do seu grupo, responsável pela morte de mais de 30 pessoas em estradas e povoações das províncias de Manica e Sofala desde agosto de 2019, segundo as autoridades.

Segundo o enviado pessoal do secretário-geral da ONU e líder do grupo de contacto para a paz em Moçambique, desde a morte do líder dissidente, pelo menos 26 guerrilheiros decidiram abraçar o processo de paz. "Estas pessoas serão desmobilizadas agora", frisou Mirko Manzoni.

Acordo de paz

O grupo de Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha da RENAMO, discorda dos termos do processo de DDR decorrente do acordo de paz assinado em 6 de agosto de 2019 entre o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, e o atual líder da RENAMO, Ossufo Momade.

O entendimento foi o terceiro entre o Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) e a RENAMO, tendo os três sido assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.

No âmbito do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, mais de metade dos cerca de cinco mil guerrilheiros da RENAMO já foram abrangidos pelo DDR, sendo que alguns foram incorporados nas Forças de Defesa e Segurança (FDS) moçambicanas.

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