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Moçambique: A calma antes da marcha de quinta-feira

Silaide Mutemba (Maputo) | com agências
6 de novembro de 2024

Hoje foi um dia relativamente calmo, antes de uma "grande marcha" em Maputo convocada pelo candidato Venâncio Mondlane. Ordem dos Advogados alerta para o risco de violência crescente. Ontem, fronteira foi encerrada.

Protestos em Maputo a 5 de novembro de 2024
Manifestantes protestam contra a "fraude eleitoral" em MoçambiqueFoto: Jaime Álvaro/DW

Maputo prepara-se para uma "grande marcha", convocada pelo candidato Venâncio Mondlane, em protesto contra os resultados eleitorais.

A Ordem dos Advogados teme umcenário sangrento na manifestação marcada para esta quinta-feira, o ponto mais alto da chamada terceira fase de protestos. O bastonário da Ordem dos Advogados de Moçambique, Carlos Martins, destacou que a resposta violenta da polícia às manifestações desde 21 de outubro é um prenúncio do que pode ocorrer amanhã.

Martins citou, por exemplo, ferimentos graves nas partes superiores dos corpos das vítimas da violência policial, indicando o uso excessivo da força pelas forças de defesa e segurança.  "O nosso receio é que, no dia sete, possa se registar situações de banho de sangue na nossa sociedade, e todos nós temos a obrigação de tudo fazer para evitar isso."

Moçambique: Ordem dos Advogados teme "banho de sangue"

01:29

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Moçambique enfrenta um período de manifestações, impulsionado tanto pela contestação dos resultados eleitorais quanto pelo recente duplo homicídio ocorrido na capital de dois apoiantes de Mondlane.

Nesta semana, outro membro do partido PODEMOS, que apoiou a candidatura presidencial do político, foi assassinado em Nampula. 

Protestos na fronteira

Apesar de esta quarta-feira ter sido relativamente calma, antecedendo o que muitos chamam de "dia D", o dia anterior foi marcado por confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes.

O chefe do posto fronteiriço de Ressano Garcia, Ezaldo Chachauio, relatou que o incidente foi desencadeado após um tiro que atingiu um manifestante. "Isso aconteceu porque eles estavam a forçar a entrada nas instalações da Migração, na fronteira do lado moçambicano", contou Chachauio em declarações à DW.

Além disso, veículos e residências de funcionários da Migração e das Alfândegas foram incendiados pelos manifestantes. 

Face à situação, a fronteira de Ressano Garcia, a mais importante ligação entre Moçambique e a África do Sul, foi forçada a fechar. "Nós estamos no terreno neste momento a fazer o levantamento das preocupações e dos estragos", informou o Serviço Nacional de Migração na província de Maputo, Juca Bata. "Oportunamente, iremos nos pronunciar."

"Neste momento, a fronteira está encerrada e os colegas estão em prontidão. Quando as condições estiverem criadas, faremos a reabertura do posto."

Esta tarde, a polícia sul-africana disse ter dispersado com balas de borracha um grupo de manifestantes moçambicanos no posto de fronteira de Lebombo, entre Komatipoort e Ressano Garcia, encerrado por motivos de segurança. 

Moçambique: Protestos prometem mudar história do país

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