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Moçambique: ACNUR alerta para gravidade dos novos ataques

Lusa
7 de julho de 2022

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) alertou em comunicado para a gravidade dos novos ataques em Cabo Delgado. Violência provocou 36.000 deslocados em distritos até agora considerados seguros

Symbolbild I Flucht und Migration
Foto: Alfredo Zuniga/AFP

Um dos mais recentes ataques "ocorreu a 35 quilómetros de Pemba", capital da província moçambicana, com um aeroporto que a liga ao resto do mundo, cidade base da ajuda humanitária e um dos principais refúgios para milhares de deslocados.

"O ACNUR está especialmente preocupado com a segurança e o bem-estar dos mais vulneráveis entre os deslocados, incluindo mulheres e crianças", sublinha o documento tornado público esta quinta-feira (07.07), acrescentando que os grupos armados atacaram perto de estradas "regularmente utilizadas por organizações humanitárias, incluindo o ACNUR, para missões a Ancuabe, Chiúre e Montepuez". 

Cerca de 36 mil pessoas já foram deslocadas pelos ataques de junho em Cabo Delgado e um número não confirmado de pessoas foram mortas, "incluindo algumas por decapitação", além de "várias casas incendiadas e bens saqueados, criando pânico em Ancuabe e nos distritos vizinhos". 

Os recém-deslocados "precisam de assistência para salvar as suas vidas, incluindo acesso a alimentos, abrigo e serviços básicos" que continuam a faltar para acudir a todos. 

As taxas de transporte "aumentaram significativamente devido à crescente procura" e a maioria das pessoas "continua a viajar a pé e está exposta a riscos de proteção", particularmente mulheres jovens.

"Devido à situação de segurança volátil", o ACNUR considera "prematuro" promover o regresso da população aos distritos afetados, como o têm feito autoridades estatais. "O ACNUR destaca a importância de garantir que os retornos sejam seguros, voluntários e baseados em decisões informadas e que os serviços básicos sejam restabelecidos nas zonas de origem", concluiu.

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