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Educação

Alunos de Inhambane sem livros desde o início do ano letivo

28 de fevereiro de 2018

O Ministério da Educação ainda não entregou a totalidade de livros para este ano, segundo a direção provincial da pasta. Os poucos materiais entregues têm de ser partilhados entre os alunos.

Alunos têm de copiar os conteúdos dos colegas que têm livrosFoto: DW/Luciano da Conceição

A direção de educação da província de Inhambane, no sul de Moçambique, recusou revelar o número exato de alunos que desde o início do ano letivo, há cerca de um mês, ainda não têm todos os livros escolares. No entanto, segundo dados divulgados pela imprensa moçambicana, há um défice de pelo menos 230 mil livros nas escolas da região.

Devido à falta de materiais didáticos, muitas escolas não estão a cumprir com as recomendações curriculares segundo o programa do ano letivo. As classes mais afetadas são as da terceira a sétima série.

Lola Adriano, estudante em Maxixe Foto: DW/Luciano da Conceição

Na cidade de Maxixe, os alunos disseram à DW África que não têm alternativas. "Nesse tempo, a senhora professora dita os apontamentos, manda fazer os desenhos de observação, livre e entre outros", conta a estudante Lola Adriano.

Lucas Daniel, diretor da escola primária completa de Maxixe, disse que o estabelecimento recebeu poucos livros este ano e por isso os alunos estão a partilhar os materiais nas salas de aulas para ler e desenvolver exercícios. "Refiro-me à 6ª e 7ª classe. Não tivemos o livro de ofício, educação visual, educação moral e física, português e matemática. Recebemos em números que não satisfazem aquilo que é a realidade da escola", revela o diretor.

Livros são vendidos no mercado informal

Muitos pais e encarregados da educação têm comprado os livros escolares no mercado informal a preços altos. Alguns não têm dinheiro e lamentam a situação, como é o caso de Cardina Rafael, encarregada de educação em Inhambane.

Moçambique: Alunos de Inhambane sem livros desde o início do ano letivo

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Segundo Cardina Rafael, o seu filho "só recebeu o livro de português, mas faltam os de ciências naturais e matemática". "Assim, para a criança aprender está difícil. Gostaríamos que o livro chegasse, porque ajuda", apela.

"Quantidades reduzidas"

Benabo Faquir, porta-voz da direção provincial de educação e desenvolvimento humano em Inhambane, confirma a insuficiência dos livros nas escolas, alegando ainda não ter recebido a totalidade dos materiais junto ao Ministério da pasta, sem revelar o número das escolas que ainda não beneficiaram.

"Faltam alguns títulos nas escolas, porque não recebemos o livro a 100%. Recebemos uma taxa de reposição. Em termo de escolas, posso não saber que tantas escolas ainda não se beneficiaram do livro, na verdade o livro chegou a todas as escolas, mas pode ter chegado em quantidades reduzidas".

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