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Amnistia exige libertação de jornalista moçambicano

Lusa | ar
9 de janeiro de 2019

Amnistia internacional exige libertação do jornalista moçambicano detido em Cabo Delgado, quando fotografava famílias que abandonavam a região.

Praca 25 de Setembro, Palma in Cabo Delgado, Mosambik
Foto: privat

A Amnistia Internacional exigiu a libertação imediata do jornalista moçambicano detido no sábado (05.01.) na província de Cabo Delgado, quando fotografava famílias que abandonavam a região com receio de ataques armados que têm sido protagonizados por desconhecidos.

"As autoridades moçambicanas devem libertar imediata e incondicionalmente o jornalista Amade Abubacar da detenção arbitrária por parte das forças militares e acabar com a crescente repressão aos jornalistas", disse Tigere Chagutah, diretor adjunto da Amnistia internacional para a África Austral, citado num comunicado da instituição.

Amade Abubacar, jornalista da rádio comunitária Nacedje, foi detido no sábado no terminal dos transportes de passageiros do distrito de Macomia, quando fotografava famílias que abandonavam a região com receio de ataques armados.

"Incomunicabilidade e sem acesso a um advogado"

Em declarações à agência de notícias Lusa, o pai do jornalista moçambicano detido, Abubacar Artur, disse que a família não tem informações sobre a situação de Amade Abubacar, cinco dias após a sua detenção por membros da Polícia moçambicana.

A Amnistia internacional critica o facto de o jornalista moçambicano estar detido em regime de "incomunicabilidade e sem acesso a um advogado", considerando que as autoridades moçambicanas deviam estar preocupadas em garantir a segurança da população local das ações dos grupos armados.

"Em vez de visar jornalistas que estão cobrindo os ataques em Cabo Delgado, as autoridades moçambicanas deveriam estar tentando entender as causas da violência e tomar medidas para proteger os civis", concluiu.

Amade Abubacar foi detido por cinco agentes da polícia, que também apreenderam o telemóvel do jornalista.

Ataques omeçaram em 2017Distritos recônditos da província de Cabo Delgado, no extremo nordeste do país, têm sido alvo de ataques de grupos desconhecidos desde outubro de 2017.

Foto: DW/G. Sousa

A onda de violência naquela zona começou após um ataque armado a postos de polícia de Mocímboa da Praia, em outubro de 2017.

Depois de Mocímboa da Praia, têm ocorrido dezenas de ataques que se suspeita estarem relacionados com o mesmo tipo de grupo.

De acordo com números oficiais, cerca de 100 pessoas, entre residentes, supostos agressores e elementos das forças de segurança, morreram desde que a onda de violência começou naquela zona do país.

 

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