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Moçambique: André Matsangaíssa Júnior pede amnistia

9 de março de 2021

Antigo braço direito de Mariano Nhongo, líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, defende que amnistia abrirá a porta à pacificação da região centro de Moçambique. Diz ainda que a Junta "já não existe".

Mosambik RENAMO-Militärjunta in Gorongosa
Foto: DW/A. Sebastião

André Matsangaíssa Júnior, antigo braço direito do líder da autoproclamada "Junta Militar" da RENAMO, Mariano Nhongo, apelou esta terça-feira (09.03) a uma trégua definitiva no centro de Moçambique.

Além disso, defendeu uma amnistia para todos os integrantes do grupo, que "defenda os militares, quando saírem das matas, e que defenda também o povo moçambicano".

O ex-membro da "Junta Militar", que anunciou a sua retirada das matas há uma semana, pediu também a saída das Forças de Defesa e Segurança estacionadas no teatro operacional centro, nomeadamente nas províncias de Manica e Sofala, para a pacificação daquela região.

Mariano Nhongo, líder da autoproclamada "Junta Militar"Foto: DW/A. Sebastião

"Já não existe a Junta para andarem a fazer guerra e se defenderem. A Junta [quer] agora um diálogo de modo a que todos saiam e se enquadrem no DDR", afirmou André Matsangaíssa Júnior durante uma conferência de imprensa em Maputo.

RENAMO, "padrinho da guerra"

Nos últimos meses, várias figuras de peso deixaram a "Junta Militar" da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) para aderirem ao processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR), incluindo o "número dois" do grupo, Paulo Filipe Nguirande.

Os ex-membros da "Junta Militar" dizem-se fartos de lutar. Para André Matsangaíssa Júnior, o partido deve deixar de ser um "padrinho da guerra".

"As pessoas pretendem sair do local, [mas] acabam por não sair por causa das 'bocas' deles. A RENAMO podia-nos ajudar por forma a que esta guerra termine. Um pedido que eu faço ao Presidente Ossufo [Momade] e ao Governo é que ajudem a intervir."

O jornalista Fernando Lima explica que a retirada de André Matsangaíssa Júnior da "Junta Militar" não se trata de uma rendição, mas de uma integração no DDR e "eventualmente nas Forças Armadas de Moçambique".

Falando à televisão privada STV, o analista lembrou ainda a importância da figura de André Matsangaíssa Júnior, que chegou mesmo a ser falado como sucessor do falecido líder do maior partido de oposição, Afonso Dhlakama, alguém "que lutaria nas matas pela reedição de uma RENAMO belicista".

No entanto, André Matsangaíssa Júnior assegurou esta terça-feira que está determinado em acabar com a guerra no centro de Moçambique: "A minha decisão é voltar para acabar com os problemas e os conflitos na zona centro, para que haja uma paz definitiva para trabalharmos".

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