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Moçambique aprova plano de ação para proteger albinos

Leonel Matias (Maputo)25 de novembro de 2015

A associação "Amor à Vida" saúda a aprovação pelo Governo de um plano para proteger os albinos. O objetivo é combater a onda de raptos e assassinatos de pessoas com albinismo. Desde fevereiro foram participados 58 casos.

Foto: DW/M. Mueia

A "Amor à Vida", associação de defesa dos direitos dos albinos, ficou satisfeita com a aprovação, na terça-feira (24.11), do plano de ação para proteger este grupo. "Estamos felizes por saber que o Governo está a fazer algo por nós. E esperançosos de que vamos conseguir alcançar o nosso objetivo: mostrar que somos todos iguais", afirma Ihidina Mussagy, presidente da associação.

Pedro Tivane, um albino ouvido pela DW África, espera igualmente que o plano do Governo contribua para evitar a discriminação de que este grupo é alvo. "É de agradecer esta lei porque nós, os albinos, andávamos sempre amedrontados com esta caça aos albinos."

O objetivo geral do plano de ação é assegurar a protecção e assistência a albinos, bem como prevenir actos criminosos contra essas pessoas. Estão previstas ações e estudos para aprofundar as causas do fenómeno. "As acções incluem medidas de sensibilização, educação cívica e estudos sócio-antropológicos, mas também medidas que permitam maior celeridade na tramitação dos processos envolvendo este fenómeno", anunciou a porta-voz do Conselho de Ministros, Ana Comuana.

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A "Amor à Vida", esteve envolvida na elaboração do plano de ação do Governo. Para além da necessidade do combate à onda de raptos e assassinatos de albinos, a associação apresentou outras preocupações ao Governo.

"Precisamos de protetores solares. O facto de não existirem nas farmácias públicas e não estarem a preços acessíveis preocupa-nos", conta Ihidina Mussagy.

Pedem também que sejam criado um "balcão de óculos especiais". Ao Ministério da Educação propuseram que, a partir da terceira classe, se fale de igualdade e de albinismo, "para que desde criança se consiga perceber que é algo normal", explica a presidente da associação.

Novos casos

Os albinos moçambicanos têm sido alvo de raptos e assassinatos por parte de indivíduos que acreditam que partes do seu corpo como olhos, cabelos e órgãos genitais dão sorte quando usados na medicina tradicional.

Albinos na Tanzânia lutam contra a ignorância

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Segundo Ihidina Mussagy, só de fevereiro até ao momento foram participados 58 casos, mais de metade em Nampula, no norte do país. Entretanto, nas duas últimas semanas voltaram a registar-se novos casos depois de um aparente abrandamento.

As autoridades já instauraram 55 processos-crime contra indivíduos indiciados por envolvimento no rapto, assassinato e vandalização de túmulos de pessoas albinas.

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