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Moçambique atento a passagem de tempestade Eleanor a ciclone

Lusa
20 de fevereiro de 2024

O Instituto Nacional de Meteorologia de Moçambique alertou hoje para a possibilidade de a tempestade tropical "Eleanor" evoluir nas próximas horas para ciclone, provocando chuvas fortes e vento no norte e centro do país.

Efeitos do ciclone Freddy em Inhambane
Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticasFoto: Luciano da Conceição/DW

Em comunicado, o Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) referiu que a depressão tropical localizada a leste de Madagáscar evoluiu, entretanto, para tempestade tropical moderada, tendo "potencial para evoluir ao estágio de ciclone tropical no dia 21 de fevereiro".

"As projeções atuais indicam que a interação deste com outros sistemas meteorológicos poderá influenciar o estado do tempo com ocorrência de chuvas moderadas a fortes, acompanhadas de trovoadas e ventos com rajadas nas regiões centro e norte do país", acrescentou o Inam, garantindo que está a "monitorizaar a evolução destes sistemas".

O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou, no final de setembro, para a preparação da população e das entidades para os previsíveis efeitos do fenómeno El Niño no país nos próximos meses, com previsões de chuvas acima do normal e focos de seca.

"A história repete-se. Então, temos de criar condições de resiliência. Nesse sentido, o Governo emitirá avisos regulares para manter a população informada e preparada para as condições climáticas que podem não ser favoráveis à vida, à produção ou às infraestruturas", afirmou o chefe de Estado.

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Filipe Nyusi avisou que as previsões indicam que o país vai voltar a "registar o fenómeno 'El Ninõ'", que "pode trazer chuvas normais com tendência para acima do normal no centro e norte do país, e chuvas normais com tendência para abaixo do normal, que podem originar alguns focos de seca, na região sul".

"Isso exige que sejamos todos cautelosos e estejamos preparados para enfrentar este desafio causado pelas mudanças climáticas. Organizemo-nos. Chamo a atenção para que poupemos e reservemos água para o consumo e para o nosso gado", alertou ainda.

"Este é um apelo que faço para todo o país. Portanto, estejamos atentos e sigamos as orientações para mitigar o impacto, evitando ou minimizando os danos e perdas, incluindo de vidas humanas, por um lado, por outro, que façamos uma gestão adequada e responsável de água, especialmente em momentos de escassez", acrescentou, na mesma mensagem.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, enfrentando ciclicamente cheias e ciclones tropicais durante a época chuvosa, que decorre entre outubro e abril.

O período chuvoso de 2018/2019 foi dos mais severos de que há memória em Moçambique: 714 pessoas morreram, incluindo 648 vítimas dos ciclones Idai e Kenneth, dois dos maiores de sempre a atingir o país.

Já no primeiro trimestre do ano passado, as chuvas intensas e a passagem do ciclone Freddy provocaram 306 mortos, afetaram no país mais de 1,3 milhões de pessoas, destruíram 236 mil casas e 3.200 salas de aula, segundo dados oficiais do Governo.

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