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Aumento do preço dos "chapas" causa descontentamento

5 de março de 2018

Os transportes semicoletivos estão mais caros em Maputo. A tarifa aumentou 0,04 euros. Os utentes temem que com este aumento, e outros que têm sido anunciados, a vida fique ainda mais complicada.

"Chapas" numa das principais praças da periferia de Maputo, MoçambiqueFoto: DW/R. da Silva

No maior mercado informal de Maputo, na Praça dos Combatentes, os utentes dos transportes semicoletivos, os chamados "chapas", estão insatisfeitos por terem de pagar mais caro a partir desta segunda-feira (05.03.). A tarifa de distâncias entre 10 a 20 quilómetros passou de 9 para 12 meticais. Este aumento de 3 meticais (ou 0,04 euros) corresponde a 33%.

De manhã, o ambiente era calmo com os transportadores a fazerem o seu trabalho. A polícia de choque foi mobilizada para o local a fim de evitar eventuais desacatos.

Descontentamento

João Raivoso está à espera do "chapa". Para ele, as notícias sobre os aumentos dos produtos, e agora dos transportes, já estão a fartar, diz ele.

A polícia esteve de prontidão para o caso de revoltasFoto: DW/R. da Silva

"A vida está muito complicada e pior agora que temos a nova tarifa dos transportes. Estamos a lutar todos os dias para conseguirmos viver mas nada anda”, desabafa João Raivoso.

Edmundo Matusse apressa-se para apanhar o "chapa". Ele vive no bairro das Mahotas, a 15 quilómetros da baixa de Maputo. Com a nova tarifa, as coisas ficam mais complicadas: "A vida será mais difícil. Esta nova tarifa não ajuda ao munícipe. Pelo contrário, vai piorar. A tarifa foi agravada mas acredito que o encurtamento vai prevalecer."

Matusse acredita que os motoristas continuarão a dar voltas pela cidade à procura de passageiros, em vez de irem diretamente para o destino final, porque a nova tarifa ainda não compensa.

Encurtamento de rotas

Armando Chiconela é motorista de "Chapa" e faz as rotas mais curtas da capital. Ele admite que os "encurtamentos" das rotas podem continuar.

Aumento do preço dos "chapas" causa descontentamento

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"O que faz os motoristas encurtarem a rota é por causa do preço, que não compensa. Eles fazem essas manobras todas para conseguirem fechar a receita”, revela Chiconela. 

Para que compensasse, segundo Chiconela, os preços dos transportes teriam de aumentar ainda mais. Mas Castigo Nhamane, o presidente da Federação Moçambicana dos Transportes Rodoviários (FEMATRO), diz que este foi o aumento possível: "Nós entendemos, porque somos moçambicanos, a situação financeira afeta também o setor dos transportes.”

O presidente da FEMATRO promete melhorias num futuro próximo: "Esforços estão a ser feitos junto com o Governo, no âmbito do memorando que assinámos para adquirir trezentos autocarros, mas até agora só recebemos noventa. Ainda há um défice, mas nos próximos meses vamos receber e poderemos mudar o cenário dos transportes."

Nota: uma versão anterior do artigo falou de um aumento de 0,04 céntimos de euro. Pedimos desculpas pelo erro de calculo. 

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