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Moçambique: População forçada a sair de zonas de risco

Lusa
29 de dezembro de 2020

O Conselho Municipal da cidade da Beira, na província de Sofala, ordenou esta terça-feira (29.12) a retirada obrigatória da população das zonas de risco. Aproximação da tempestade "Chalane" ameaça várias populações.

Daviz Simango, presidente da BeiraFoto: DW/A. Sebastiao

"Todos os residentes nas zonas costeiras, incluindo pescadores no Dama, Rio Ladrão, Praia Njalane, Casa Partida e Praia Nova devem-se retirar para as zonas seguras", disse à comunicação social o presidente da autarquia, Daviz Simango.

As previsões do Instituto Nacional de Meteorologia indicam que a tempestade vai-se abater sobre a cidade a partir das 05:00 locais (UTC+2), com ventos entre 90 e 100 quilómetros por hora.

Segundo o presidente do município, desde as 16:00 desta terça-feira (29.12), as autoridades começaram a proibir a navegação marítima e orientaram os proprietários dos estabelecimentos comerciais para fecharem as portas.

Em 2019, em Moçambique, os ciclones Idai e Kenneth mataram 45 pessoas e afetaram outras 250 milFoto: UNICEF/N. De Car Valho

"É preciso ter cautela"

"Pedimos para que não haja pânico. Não vai acontecer o mesmo que aconteceu quando chegou o Idai, mas é preciso ter cautela", declarou Simango, aludindo ao ciclone que se abateu sobre o centro de Moçambique em 2019, provocando 604 mortos e mais de 1,8 milhões de pessoas afetadas.

A cidade da Beira, uma das principais do país, foi severamente afetada, estando ainda em processo de recuperação dos estragos provocados pelo Idai.

O Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) em Sofala prevê que, no pior cenário, a tempestade tropical afete cerca de 71.070 pessoas naquela província, das quais 23.230 na cidade da Beira.

Além da província de Sofala, a tempestade tropical deverá atingir posteriormente parte das províncias da Zambézia e Manica, estando as autoridades também a sensibilizarem as populações para que abandonem as zonas de risco.

Alerta de Nyusi

O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, pediu às populações no domingo (27.12) para abandonarem as zonas consideradas de risco face ao alerta de mau tempo.

Filipe Nyusi, Presidente de MoçambiqueFoto: DW

"Em todo o país estão preparados e alertados, mas para coisas como essas ninguém está preparado porque são situações imprevisíveis em termos de danos. Teremos de ter cuidado e todos os que estão nas zonas de risco é melhor saírem", alertou o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, durante um encontro com quadros do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC), em Maputo.

Entre os meses de outubro e abril, Moçambique é ciclicamente atingido por ventos ciclónicos oriundos do Índico e por cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral, além de secas que afetam quase sempre alguns pontos do sul do país.

Em 2019, além do Idai, pouco tempo depois, em abril, o norte de Moçambique foi afetado pelo ciclone Kenneth, que matou 45 pessoas e afetou outras 250 mil.

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