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DesastresMoçambique

Moçambique: Beira prepara-se para tempestade Eloise

Lusa | bd
22 de janeiro de 2021

Devido à aproximação da tempestade Eloise, que poderá chegar ao grau de ciclone, parte dos voos domésticos foi cancelada. A navegação foi proibida na costa central e a cidade da Beira prepara-se para o pior cenário.

Foto: DW/A. Sebastião

O presidente do conselho autárquico da Beira, Daviz Simango, disse esta sexta-feira (22.01) que o município está em prontidão para enfrentar a tempestade Eloise, que poderá atingir a cidade durante a madrugada já com escala de ciclone.

"Poderá haver rajadas com mais de 150 quilómetros por hora", disse o autarca aos jornalistas, apelando aos habitantes para encontrarem abrigos seguros e libertarem as zonas de drenagem de águas pluviais.

"A cidade deve estar deserta" a partir da tarde desta sexta-feira, referiu. 

"As instituições e o comércio devem fechar para permitir que todos possam cuidar dos seus haveres. É desta forma que seremos solidários para que cada um de nós seja resiliente e se adapte às mudanças climáticas", detalhou.

O Instituto Nacional de Meteorologia (INAM) de Moçambique prevê que a tempestade Eloise atinja a costa do país no dia 23 ou 24 de janeiro, anunciou em comunicado.

Próximas horas serão cruciais

Espera-se que o pico da intempérie aconteça entre a 01:00 e as 05:00 da madrugada (entre as 23:00 e as 03:00 tempo universal), que a ondulação chegue a 2,80 metros e que haja 100 milímetros de precipitação acumulada em 24 horas, referiu Daviz Simango.

Simango já tinha destacado na quinta-feira (21.01) o facto de a tempestade ser a segunda a atingir a Beira em menos de um mês - após a tempestade Chalane - e a terceira em cerca de 19 meses.

A cidade de Beira foi fustigada com gravidade pelo ciclone Idai em março de 2019Foto: Reuters/S. Sibeko

"A Beira vai se consolidando como corredor detempestades tropicais. Sofremos, resistimos porque somos resilientes", disse, considerando que se trata de um reflexo das alterações climáticas em curso devido ao aquecimento global.

Chuva e vento forte têm afetado desde o início da manhã várias regiões costeiras das províncias de Nampula, Zambézia e Sofala, prevendo-se um agravamento em direção a Inhambane, no sul.

Voos cancelados e navegação proibida

Como medidas preventivas, as autoridades moçambicanas decidiram suspender parte dos voos domésticos e a navegação ao largo da costa central foi interditada. As Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) anunciaram esta sexta-feira (22.01) o cancelamento dos voos nas rotas entre Maputo e as capitais provinciais da Beira, Quelimane e Nampula.

"O cancelamento deve-se à tempestade tropical severa Eloise que está a afetar o estado do tempo no Canal de Moçambique", lê-se em comunicado da LAM. 

Tempestade Eloise deve atingir Moçambique no sábado (22.01)Foto: picture-alliance/AP Photo/D. Onyodi

O porto comercial da Beira suspendeu as operações até domingo e a administração marítima da província da Zambézia interditou a circulação de embarcações em toda a costa como medida de precaução.

As condições atmosféricas adversas estão ainda a dificultar a transferência de habitantes das zonas baixas do distrito de Búzi, na margem sul do rio Pungúe, oposta à cidade da Beira, uma operação que decorre desde segunda-feira (18.01) após a subida de caudal dos rios por causa das chuvas das últimas semanas.

A zona centro de Moçambique foi atingida no final de 2020 pela tempestade Chalane que afetou 73.500 pessoas e provocou sete mortos, segundo o último balanço das autoridades.

O país está em plena época chuvosa e ciclónica, que ocorre entre os meses de outubro e abril, com ventos oriundos do Índico e cheias com origem nas bacias hidrográficas da África Austral.

Tempestade Chalane faz dois mortos e vários feridos

02:49

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