O consumo de água imprópria, a prática de defecação ao ar livre e o consumo de produtos contaminados poderão estar na origem do aumento de casos de cólera na província de Manica, no centro de Moçambique.

A cólera já matou duas pessoas e mais de 63 estão internadas no distrito de Tambara. Só na capital da província, em Chimoio, fez sete mortos desde o início de fevereiro, quando a doença eclodiu.

A diretora de saúde pública na direção provincial de saúde em Manica, Muassith Ibo, afirma que os casos de cólera tendem a diminuir na província assim como o número de pessoas internadas no centro de tratamento da doença montado na unidade sanitária de Chissui, em Chimoio.

"Contudo é muito cedo para ficarmos satisfeitos na totalidade porque ainda podemos vir a nos deparar com situações de aumento de casos por dia", acautelou.

Vacinação e medidas de prevenção

Muassith Ibo explicou ainda que a campanha de vacinação contra a cólera, que terminou na segunda-feira (03.04) tinha como objetivo cortar a cadeia de transmissão e deixou um alerta.

"É importante ressalvar que mesmo com a vacina contra a cólera não é para deixarmos de lado as medidas de prevenção porque a eficácia da vacina esta em 65%”, explicou.

O secretário de Estado em Manica, Dick Cassotche, também exortou a população dos cincos distritos afetados a adotar medidas corretas visando travar a propagação da doença, permitindo assim que a situação seja controlada.

"Nos distritos afetados pela cólera na nossa província a cidade de Chimoio apresentou uma sequência rápida e acelerada de transmissão nos vários bairros e comunidades".

Anastácia José foi um dos moradores de Chimoio que recebeu a vacina contra a cólera.

"Temos de cumprir com as medidas porque a cólera está a matar na zona. Todos devemos tomar a vacina para bem da nossa saúde", apelou.

Na província de Manica, a cólera eclodiu em cinco distritos: Tambara, Manica, Chimoio, Gôndola e Vanduzi.