Campanha "férias saudáveis" será repetida na Páscoa
Carlos Matsinhe (Xai-Xai)
7 de janeiro de 2017
Mais de seis mil mineiros moçambicanos que trabalham na África do Sul fizeram testes de HIV/SIDA, tuberculose e outras doenças na província de Gaza, sul de Moçambique, durante a época de Natal e Ano Novo.
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A campanha "Férias Saudáveis" terminou esta sexta-feira (06.01) e foi promovida pela OIM, a Organização Internacional para as Migrações. E vai continuar na próxima época festiva.
Castelo Muholove, de 51 anos, é mineiro na companhia sul-africana Impala há 15 anos. Foi passar o Natal e o Ano Novo com a família, em Gaza - a província de Moçambique que mais mão-de-obra envia para as minas da África do Sul. E acabou por participar na campanha de despistagem de doenças promovida pela Organização Internacional para as Migrações. Mas alguns colegas têm medo de fazer estes testes.
"Outros afirmam que não podemos fazer o teste, porque podem ficar com stress de que estão a caminho da morte. Apanhar doenças não significa morrer logo. Então, eu apelo para que também façam teste".
A esposa do mineiro, Dinéria Sive, juntou-se ao marido e fez os testes de despistagem de doenças. Gostaria que todas as mulheres casadas com mineiros seguissem o seu exemplo."Estou com o meu marido, então tive vontade de fazer os testes. Ele também diz que faz lá na África do Sul, neste caso fazer teste é muito bom porque você conhece o seu estado serológico. Eu gostaria que seguissem o meu exemplo, mesmo alguém ainda não infetado só pode dar graças a Deus se morrer amanhã".
Participação de ativistas comunitários
A campanha foi dirigida por ativistas comunitários junto da TEBA, entidade recrutadora de mão-de-obra para as minas de África de Sul, no Hospital Rural de Chicumbane e em comunidades circunvizinhas.
Na província de Gaza, a taxa de prevalência do HIV ronda os 25%, segundo os números mais recentes das autoridades de saúde. Por isso, a OIM quis chamar a atenção dos mineiros e das suas famílias para a elevada taxa. Quis também apelar ao não abandono do tratamento da tuberculose.
A campanha "Férias saudáveis" foi realizada durante a quadra festiva porque é mais fácil encontrar os mineiros neste período em que regressam a Moçambique para visitar a família.
Uma estratégia para aumentar a consciencialização para os riscos de contrair doenças, diz Linda Magaia, especialista da Organização Internacional para as Migrações em Moçambique."Notamos uma grande diferença nesta campanha. Temos uma grande adesão, talvez por causa da diversificação dos serviços que nós oferecemos, mas por outro lado a parceria com a TEBA que nos permite ter acesso aos mineiros e suas famílias de forma particular, nós ultrapassamos as metas em todas as áreas."
Acompanhamento hospitalar e medicamentosa
Segundo a especialista, os mineiros com HIV terão acompanhamento hospitalar em Moçambique. E também serão enviados medicamentos para a África do Sul.
Os pacientes diagnosticados com tuberculose também serão acompanhados pela OIM nos postos de trabalho da organização no país vizinho.
A próxima campanha da OIM dirigida aos mineiros de Gaza está prevista para a Páscoa.
Apesar das medidas preventivas, algumas pessoas já se contaminaram com o vírus na Europa e Estados Unidos. Cuidadores utilizam trajes para prevenir a propagação, mas na África a proteção ainda deixa a desejar.
Foto: picture-alliance/dpa/J. Woitas
Traje de proteção
Na luta contra o ebola, roupas de proteção adequadas para médicos e enfermeiros são essenciais. Toda a pele deve ser coberta com material impenetrável pelo vírus. Mas trajes apenas não bastam, também é necessário seguir corretamente as prescrições de segurança.
Trabalho em conjunto
Os profissionais de saúde devem treinar a colocação correta dos trajes protetores. Como aqui, na unidade especial de isolamento de Düsseldorf. Novos trajes são utilizados a cada vez, para que não haja risco de contaminação no processo. Dessa forma, cuidadores sem proteção também podem ajudar os colegas a se vestir.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Isolamento total
Os quartos dos pacientes na unidade de isolamento em Düsseldorf são completamente protegidos do mundo exterior. O ar é filtrado e as águas residuais são tratadas separadamente. As vestes de proteção, que os cuidadores trajam permanentemente, são pressurizadas. Essas medidas de segurança vão além do necessário: o ebola pode ser transmitido por objetos contaminados, mas não pelo ar.
Após o tratamento dos pacientes, todo o traje é aspergido por fora com desinfetante, a fim de eliminar potenciais contaminações viróticas. Somente após essa ducha as vestimentas podem ser removidas, cuidadosamente.
Foto: picture-alliance/dpa/Sebastian Kahnert
Ajuda externa
Durante a remoção dos trajes protetores, os profissionais de saúde devem ser extremamente cautelosos. Luvas de proteção permanentemente instaladas nas aberturas da câmara permitem ajuda externa sem contato direto com o traje. Após o uso, estes são imediatamente descartados e incinerados.
Foto: picture-alliance/dpa/Federico Gambarini
Enfermeiras contaminadas
Apesar dos altos padrões de segurança, , na Espanha e Estados Unidos três enfermeiras contraíram a doença. As circunstâncias da contaminação ainda não foram esclarecidas. As residências das profissionais (na foto, Texas) foram isoladas e desinfetadas após a descoberta do contágio.
Foto: Reuters/City of Dallas
Proteção em África
Agora, médicos e enfermeiros na África Ocidental também foram equipados com trajes protetores. No entanto, estes nem sempre obedecem as normas para uma proteção efetiva. Por vezes, pequenas áreas da pele ficam descobertas ou o material usado é permeável. Além disso, colocar e retirar o traje pode ser arriscado.
Foto: picture alliance/AP Photo
Isolando os mortos
Os funerais das vítimas do ebola também requerem cuidados extremos. Na África Ocidental, a tradição de os familiares de lavarem os corpos dos mortos resultou em numerosas novas infecções. Para família e amigos, costuma ser difícil compreender e acatar as rigorosas medidas de isolamento.
Foto: Reuters/James Giahyue
Isolamento em barracas
Numa região onde os cuidados médicos são extremamente precários, uma epidemia das atuais proporções representa um enorme desafio. Os infectados são tratados em barracas improvisadas, como se vê na foto feita na Libéria. No entanto, até mesmo um país como a Alemanha ficaria sobrecarregado nessas circunstâncias. No momento, há apenas 50 leitos nas unidades de isolamento alemãs.
Foto: Zoom Dosso/AFP/Getty Images
Incineração em vez de sol
Em algumas regiões afetadas na África Ocidental, os trajes contaminados são pendurados para secar ao sol, numa tentativa de desinfetá-los para reutilização. No entanto, é muito mais seguro as roupas serem imediatamente incineradas após o uso, como ocorre na Guiné. Escassez e altos custos dos trajes dificultam essa medida: as roupas de proteção custam entre 30 e 200 euros.
Foto: Cellou Binania/AFP/Getty Images
Controles nos aeroportos
As viagens aéreas são a maior ameaça na transmissão de longa distância do vírus. Por esse motivo, a temperatura dos passageiros está sendo monitorada em alguns aeroportos. Entretanto, o método não oferece garantia absoluta, já que o período de incubação do ebola é de 21 dias.