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Candidatura de Henriques Dhlakama terá pernas para andar?

11 de julho de 2022

O silêncio de Henriques Dhlakama levanta questões sobre a sua eventual candidadura à presidência de Moçambique, em 2024. Filho do ex-líder da RENAMO nunca mais apareceu em público para falar da sua intenção.

Eleições moçambicanas estão previstas para 2024Foto: Getty Images/AFP/P. Meinhardt

Os moçambicanos deverão eleger um novo Presidente em 2024, quando terminar o mandato do atual chefe de Estado, Filipe Nyusi.

Quando ainda faltavam quatro anos para as presidenciais, em 2020, Henriques Dlahkama, o filho mais velho do falecido líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), Afonso Dhlakama, anunciava a sua candidatura às eleições presidenciais de 2024.

Henriques assegurou na altura que seria um candidato independente. Mas há já dois anos que o filho mais velho de Afonso Dhlakama nunca mais apareceu em público para falar da sua intenção.

Um silêncio que não surpreende ninguém em Moçambique, porque os filhos de figuras políticas emblemáticas sempre pensaram que terão o mesmo sucesso que os progenitores, dizem observadores antentos em Maputo.

Henriques terá sucesso em 2024?

O analista político Wilker Dias entende que, por esta altura, o filho de Afonso Dlhakama já devia estar a projetar a sua figura para granjear as simpatias do eleitorado.

"Uma preparação antecipada que pode se calhar vir a trazer alguns frutos", começa por argumentar o especialista, que também olha para esse silêncio como uma estrátegia política.

"Acredito que esta fraca aparição de Henriques Dhlakama possa também ser usada como uma estratégia para uma final e essa final pode trazer um outro impacto para que não sejam previstos espaços da própria organização da campanha que será feita por eles", afirmou Wilker Dias.

Afonso Dhlakama, ex-líder da RENAMOFoto: Getty Images/AFP/G. Guerica

Filhos dos grandes líderes na política

O mesmo desaprecimento em público aconteceu com o filho de primeiro Presidente de Moçambique independente, Samora Machel Júnior, quando criou uma organização política, a Associação Juvenil para o Desenvolvimento de Moçambique (AJUDEM) para concorrer às autárquicas em 2018.

O editor do jornal Zambezi, Egídio Plácido, diz mesmo que os filhos dos grandes líderes às vezes confundem o trabalho dos seus pais.

"Na verdade não encontramos aqui nenhuma ligação entre esses filhos dos chefes, desses grandes líderes com os seus filhos", disse Plácido.

O jornalista diz ainda que Henriques Dlhakama aporveitou a crise na RENAMO, em 2020, para tirar o proveito político, mas já caiu no real.

"Agora, é uma figura que se percebeu que não tem capital político para que efetivamente possa continuar a alimentar essas suas intenções de se candidatar para a presidência da República", explica à DW.

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Mudar a sua imagem

Plácido acha ainda que houve figuras dentro da RENAMO que quiseram aproveitar a figura do filho de Dlhakama para ocuparem cargos relevantes dentro do partido. O editor entende que politicamente o projeto de Dlhakama "não tinha pernas para andar."

"Mas Henriques Dlhakama é uma figura morta, é uma figura que ao nível da RENAMO não tem nenhuma expressão, aliás, o pai em vida quase que ninguém o conhecia", lembra.

O analista Wilker Dias diz que se Henriques Dlhakama quer, de facto, ganhar alguma pujança política em Moçambique deve moldar a sua imagem.

"E essa imagem não é transmitida no dia das eleições ou ano das eleições porque quando estamos no ano de eleições acabamos comparando todos os partidos da oposição, mesmo os que de certa forma fizeram uma campanha boa incorporada naqueles outros que estão desorganizados", conclui.

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