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Moçambique: CDD denuncia Albino Forquilha por corrupção

15 de janeiro de 2025

O Centro para Democracia e Direitos Humanos denunciou Albino Forquilha por corrupção. Em causa está um suposto suborno que terá sido recebido pelo presidente do PODEMOS, disse à DW o diretor do CDD, Adriano Nuvunga.

Albino Forquilha, presidente do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS), antes de discursar numa conferência de imprensa  em Maputo
Albino Forquilha, líder do partido PODEMOSFoto: AMILTON NEVES/AFP

O diretor da organização não-governamental moçambicana Centro para Democracia e Direitos Humanos (CDD), Adriano Nuvunga, submeteu o caso ao Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) na terça-feira (14.01).

O líder do Partido Otimista pelo Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS),  que apoiou a candidatura presidencial de Venâncio Mondlane, é acusado de ter recebido dinheiro e uma viatura para desistir da luta pela verdade eleitoral. Em entrevista à DW, Adriano Nuvunga explica os detalhes do suposto crime.

DW África: Porque decidiu o CDD fazer uma denúncia contra o presidente do partido PODEMOS?

Adriano Nuvunga (AN): Recebemos a denúncia de que o sr. Albino Forquilha recebeu esta quantia em meticais para desistir ou vender a luta pela justiça eleitoral. Esta informação põe-nos numa posição de estarmos não só intrigados, mas mobilizados para a ação, porque são mais de 500 jovens que foram assassinados pela polícia nesta luta pela justiça eleitoral e recebemos denúncia de que as pessoas que estavam a encabeçar esse movimento teriam recebido somas avultadíssimas de dinheiro para não dar seguimento e nem fazer justiça às vítimas.

Entendemos nós que isto é corrupção e isto é matéria para ser entregue às autoridades que investigam e responsabilizam corrupção no nosso país, como forma de, em primeiro lugar, garantir responsabilização, mas também justiça. Justiça porque isto é corrupção ao mais alto nível, que tem implicações diretas nos direitos humanos, na democracia, nas liberdades, no presente e no futuro do nosso país e, por isso, tem que ser partilhado com as autoridades. Foi o que fizemos.

DW África: Qual é o valor que Forquilha terá recebido?

AN: A indicação que temos é que são 219 milhões de medicais (o equivalente a cerca de 3,3 milhões de euros) recebidos em três tranches e uma viatura também que recebeu. As fontes nos indicam que é da alta nomenclatura da FRELIMO que recebeu o dinheiro, que era para comprar não somente a ele, mas os demais envolvidos para o enfraquecimento por dentro desse movimento. A nossa preocupação não é com o movimento, mas com o dinheiro, que é dinheiro público que pode ter sido utilizado para a compra de expediente político. Expediente político este que está envolto em violação, em abuso de direitos humanos, em centenas de jovens que perderam a vida, centenas que estão detidos e outros.

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