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CDD denuncia detenções em "condições desumanas" em Maputo

Lusa
21 de novembro de 2022

Centro para a Democracia e Desenvolvimento denunciou, esta segunda-feira (21.11), a detenção de imigrantes ilegais em "condições desumanas", numa esquadra da cidade de Maputo. ONG exige investigação.

Symbolbild | Gefängnis
Foto: Ritzau Scanpix/imago images

"Dezenas de imigrantes ilegais de vários países africanos estão detidos em condições completamente desumanas nas celas da 18ª Esquadra da Polícia da República de Moçambique (PRM)", lê-se no comunicado divulgado, esta segunda-feira (21.11), pela organização não-governamental Centro para a Democracia e Desenvolvimento.

Segundo a ONG, que refere ter visualizado imagens e vídeos sobre o caso, os imigrantes, na sua maioria jovens, estão "apinhados num minúsculo e imundo compartimento" com "duas pequenas janelas” e deitam-se sobre pedaços de caixas e de tecido.  

"As duas pequenas janelas denunciam deficiências no arejamento da cela, o que é crítico no atual período quente", refere a organização, acrescentando que num dos vídeos, guineenses, senegalenses e congoleses pedem socorro.

Para o CDD, as condições de detenção dos imigrantes ilegais são "um grave atropelo à dignidade humana”, referindo que além de imigrantes africanos, houve também asiáticos que foram supostamente libertados "graças a esquemas de corrupção".

"Com dedo apontado às autoridades policiais, um dos detidos confirma extorsões com promessa de libertação", que nunca aconteceu, acrescenta o CDD.  

A entidade pede que seja criada uma comissão de inquérito para investigar o caso e apurar as devidas responsabilidades.

A Lusa contactou o Serviço Nacional de Migração (Senami) para esclarecimentos, mas não obteve resposta.

Moçambique é sobretudo ponto de trânsito de imigrantes ilegais que têm como destino a África do Sul.

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