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Moçambique: 49 Anos de independência e desafios persistem

25 de junho de 2024

Moçambique celebra 49 anos de independência com desafios sociais e económicos. Jovens destacam desemprego e problemas na educação. A FRELIMO defende avanços, mas analistas criticam a falta de progresso significativo.

Mosambik | Flaggen
Moçambique conquistou a sua independência de Portugal em 25 de junho de 1975Foto: Butenkov Aleksey/Zoonar/picture alliance

Moçambique celebra hoje (25.06) 49 anos deindependência, enfrentando muitos problemas sociais e económicos por resolver. Analistas e cidadãos afirmam que o país não tem registado progressos significativos ao longo destes anos de independência. No entanto, a FRELIMO, partido no poder há 49 anos, afirma que o país avançou, embora reconheça a persistência de alguns desafios.

Nos 49 anos de independência, os jovens apontam vários problemas que o país não está a conseguir resolver.

Opiniões dos jovens

Muitos jovens moçambicanos expressaram frustração com a situação atual do país. Um deles afirmou: "O país está num nível de desemprego, fome e pobreza por causa do desemprego." Outro jovem destacou a necessidade de mais empregos, dizendo: "O país tem que aumentar mais empregos."

Jovens moçambicanos exigem mais oportunidadesFoto: DW

A educação também foi mencionada como uma área problemática: "No momento atual, é uma educação que deixa a desejar e tem que se investir na educação de qualidade." Outro jovem refletiu sobre a falta de progresso recente: "Nos últimos cinco anos, o país reduziu os níveis de progressão."

Perspetiva da FRELIMO

Gervásio Rufasse, membro do Comité da Cidade da FRELIMO, partido que governa o país há 49 anos, afirma que o país registou avanços, especialmente na educação. "A qualidade de saúde melhorou. Se olharmos para a questão da educação, há muito debate segundo o qual a qualidade reduziu bastante, mas vamos olhar que o país aumentou o número de instituições de ensino desde o primário, o secundário e o ensino superior," disse Rufasse. Ele também lembrou os estragos causados na economia do país pela guerra dos 16 anos: "Todas aquelas infraestruturas económicas chave que serviam de condão para o desenvolvimento foram destruídas."

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Desafios atuais

A maior parte da população em Moçambique é jovem, e esta camada sente-se excluída de diversas oportunidades, sobretudo o emprego. David Fardo, presidente do Parlamento Juvenil, afirma que os jovens não estão felizes com o percurso do país. "Todos os desafios que aqui mencionei sobre a exclusão... é evidente sobre a falta de oportunidade para os jovens, o elevado custo de vida que enfrentamos nos últimos tempos com os preços de combustíveis, de serviços, produtos de primeira necessidade. Isto, ao fim e ao cabo, não é suficiente para poder cobrir as suas despesas básicas," disse Fardo.

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Redistribuição de riqueza

O economista Elcídio Bachita refere que o Estado tem a obrigação de redistribuir a riqueza que o país possui. "A riqueza que é produzida internamente deve beneficiar todos os moçambicanos, ou seja, tem de haver uma redistribuição equitativa da riqueza com vista a reduzir as desigualdades sociais entre os que têm e os que não têm," afirmou Bachita. Ele insistiu que não se deve perder a esperança, apesar das adversidades: "Até porque Moçambique não é o único país do mundo que se debate com problemas de desemprego e miséria. Mesmo os países desenvolvidos têm desemprego e pobreza, mas cá do nosso lado temos que fazer mais com vista a melhorar a provisão de serviços," disse o economista.

Apesar dessas adversidades, David Fardo afirma que os jovens estão dispostos a servir o país. "A questão que nos surge é, para além de perguntarmos o que o país deve fazer por nós, o que nós [jovens] podemos fazer pelo país. E quando chegamos às respostas de que o jovem pode fazer pelo país, encontramos as barreiras políticas e as demais que são influenciadas pelos tomadores de decisão, pelos governantes," concluiu Fardo.

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