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Moçambique: Cerca 250 mortos em manifestações pós-eleitorais

Lusa
26 de dezembro de 2024

Pelo menos 252 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, metade das quais apenas desde o anúncio dos resultados finais, na segunda-feira, segundo a plataforma Decide.

Bloqueio de ruas em Maputo
Mais de 250 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique, metade das quais desde a proclamação dos resultados finaisFoto: AMILTON NEVES/AFP

De acordo com o mais recente balanço daquela Organização Não-Governamental (ONG) moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, com dados até às 09:00 de hoje, só desde 23 de dezembro já morreram nestas manifestações 125 pessoas, das quais 34 na província de Maputo e 18 na cidade capital, sul do país. 

Há ainda registo de 26 mortos na província de Nampula (norte) e 33 em Sofala em menos de três dias.

Desde segunda-feira, aquela ONG contabilizou 224 pessoas baleadas, das quais 59 na cidade de Maputo e 37 na província de Maputo, bem como 43 em Nampula e 65 em Sofala.

A plataforma eleitoral Decide contabiliza, desde 21 de outubro, 569 pessoas baleadas em todo o país, além de 252 mortos e seis desaparecidos. Somam-se ainda 4.175 detidos desde o início da contestação pós-eleitoral, 137 dos quais desde segunda-feira, dia da proclamação dos resultados finais pelo Conselho Constitucional.

"Solução pacífica" pede UA

A União Africana (UA) pediu hoje uma "solução pacífica" para os confrontos pós-eleitorais em Moçambique, que se agravaram desde o anúncio, na segunda-feira, dos resultados finais das eleições gerais de 09 de outubro.

Polícia dispara contra manifestantes ajoelhados em Maputo

00:34

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Numa declaração emitida a partir da sede da UA, em Adis Abeba, capital da Etiópia, o presidente da Comissão daquela organização, Moussa Faki Mahamat, manifestou a sua "profunda preocupação com a violência em curso, particularmente após a proclamação dos resultados finais das eleições pelo Conselho Constitucional, em que dezenas de pessoas perderam a vida".

Contenção policial

O responsável manifestou "sinceras condolências às vítimas" e fez um "apelo à calma", instando ao mesmo tempo a polícia a exercer "contenção no uso da força no meio da violência e a manter a ordem pública".

Mahamat instou ainda o Governo e todos os atores políticos e sociais a procurarem "uma solução pacífica para resolver a atual crise e evitar mais perdas de vidas e destruição de bens".

O presidente da Comissão reafirmou o compromisso da UA em trabalhar com o Governo moçambicano e as partes interessadas, bem como com a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), para acabar com a violência e salvaguardar a democracia no país.