Moçambique: Comandante da polícia detido por corrupção
11 de setembro de 2020"Confirmamos a detenção do senhor comandante distrital da PRM de Macossa e dos seus dois agentes subalternos, indiciados pelo crime de corrupção passiva", confirmou Mário Arnaça, chefe do departamento de relações públicas no comando da PRM em Manica. "Estes foram detidos mediante um processo judicial que foi movido pela procuradoria local", esclareceu ainda.
A PRM deteve também no distrito de Tambara quatro cidadãos que viajavam num camião carregado com madeira extraída de forma ilegal. Segundo fonte da polícia - que não esclareceu se este caso está ligado ao comandante distrital da polícia em Macossa - um desses quatro elementos também é membro da PRM e foi expulso da corporação.
"Reiteramos o nosso apelo aos membros da PRM para se distanciarem de comportamentos degradantes para evitar situações desta natureza. Nós condenamos veementemente o comportamento de corrupção passiva e ativa", advertiu Mário Arnaça.
A DW África tentou de forma infrutífera obter uma posição junto do departamento dos Serviços Provinciais de Floresta em Manica, a propósito da exploração ilegal dos recursos naturais.
Reforço do combate à corrupção
O porta-voz da Procuradoria Provincial de Manica, Inácio Vumbuca, avança que estão em curso investigações para apurar a eventual responsabilização criminal do comandante distrital da PRM de Macossa. "O Ministério Público tem que reforçar o processo de controlo da legalidade tendo em conta a situação atual", alerta, frisando a importância da "proteção da fauna".
Para Inácio Vumbuca, é preciso "controlar os crimes ligados ao ambiente". "Este deve ser o nosso desafio, tendo em conta as características específicas da nossa província e sobretudo aqueles distritos como Macossa e Sussundenga", disse ainda aquele responsável que confirmou que também pende sobre o comandante distrital da PRM de Macossa a suspeita de exploração ilegal de recursos naturais.
O secretário de Estado da província de Manica, Edson Macuácua, desafia as autoridades a trabalhar arduamente para pôr fim a atos criminais contra o Estado.
"Temos que ser implacáveis no combate à corrupção e contra as práticas nocivas que podem afetar a boa imagem da nossa polícia na nossa província tais como a extorsão, cobranças ilícitas e outras práticas ilícitas", comentou.