Filipe Nyusi, presidente da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), afirma que "o combate contra o terrorismo constitui uma das grandes prioridades” do manifesto do partido no poder para as eleições gerais de 9 de outubro.

O líder do partido histórico, que é também chefe de Estado moçambicano, falava no discurso de encerramento da II da sessão extraordinária do Comité Central, que decorreu sexta-feira (19.07) na cidade da Matola, província de Maputo. A reunião terminou com a aprovação do manifesto para as eleições gerais (legislativas e presidenciais) como único ponto da agenda.

"Graças ao empenho das nossas gloriosas Forças de Defesa e Segurança e ao apoio dos países amigos, estamos a desarticular a ação dos terroristas", enfatizou Nyusi, em alusão aos grupos insurgentes que protagonizam ataques na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique.

O líder do partido no poder e Presidente da República assegurou que a retirada em Cabo Delgado da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, na sigla em inglês) "não desmotiva" a luta contra os grupos armados, porque – como argumentou – "a responsabilidade primária de defesa da pátria pertence aos moçambicanos".

Compromisso inabalável

Filipe Nyusi reiterou a necessidade de mais investimentos nas Forças de Defesa e Segurança moçambicanas” como condição para manter "o compromisso inabalável de erradicar o terrorismo".

No manifesto da FRELIMO, aprovado esta sexta-feira por unanimidade pelos membros do Comité Central, também é colocado o acento tónico no combate à criminalidade organizada, principalmente os raptos que assolam algumas cidades do país, segundo deu conta o estadista moçambicano.

O presidente da FRELIMO avançou que os cinco pilares que suportam o manifesto do partido correspondem aos anseios da população moçambicana uma vez que o documento foi baseado na auscultação de vários segmentos da sociedade. "Este manifesto exprime o compromisso genuíno e inabalável na satisfação das nobres aspirações dos moçambicanos no próximo quinquénio", declarou Nyusi em caso de vitória da FRELIMO nas próximas eleições.

Setores prioritários

O presidente da FRELIMO sublinhou que o manifesto está apoiado em setores prioritários, nomeadamente a defesa da soberania, integridade territorial e unidade nacional, investimento no capital humano, bem como fortalecimento das instituições em áreas como saúde, educação, igualdade do género, juventude, desporto e cultura.

As prioridades abrangem também a transformação estrutural da economia e melhoria da qualidade de vida dos moçambicanos, gestão sustentável dos recursos naturais, desenvolvimento de infraestruturas resilientes às mudanças climáticas e consolidação de relações com a região, o continente e o resto do mundo.

Filipe Nyusi salientou, em jeito de balanço, que o país manteve-se "viável" nos últimos anos, apesar de ter enfrentado múltiplos desafios no plano interno e externo.

O atual Presidente da República, Filipe Nyusi, no cargo desde 2014, já não pode concorrer, por ter atingido o limite constitucional de dois mandatos. Daniel Chapo é o homem escolhido pela FRELIMO para candidato às eleições presidenciais.