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Moçambique combate extravio de medicamentos

Arcênio Sebastiao (Beira) / Lusa18 de dezembro de 2015

As autoridades detetaram, este ano, 90 tipos de medicamentos falsos ou fora de prazo em mercados formais e informais. A fim de combater o extravio de medicamentos do serviço público, o Governo investe num novo mecanismo.

Farmácia do centro de saúde urbano da Ponta GeiaFoto: Arcenio Sebastiao

Em Moçambique entram medicamentos falsos ou fora de prazo através de agentes privados. Só este ano, foram detetados 90 tipos desses medicamentos em mercados formais e informais, segundo o Ministério da Saúde.

As autoridades estimam ainda que cerca de 10% dos medicamentos do Serviço Nacional de Saúde terão sido desviados. A onda de roubos e desvio de medicamentos levou ao encerramento de duas farmácias e aplicaram multas a outras 24.

A fim de combater o problema, o Ministério da Saúde prevê a instalação de centros farmacêuticos em todas as capitais provinciais para registo e inspeção dos medicamentos do Serviço Nacional de Saúde. Além disso, será também apetrechado um laboratório em Maputo, a fim de controlar a qualidade dos fármacos.
A partir de janeiro de 2016, todos os medicamentos importados pelo Ministério da Saúde de Moçambique vão trazer consigo um número de identificação. Trata-se de um dispositivo que permite saber o local e a data do desvio, caso os medicamentos sejam encontrados em mercados informais e farmácias privadas. A medida foi anunciada num encontro promovido, na semana passada, pelo Ministério da Saúde na Beira, capital da província central de Sofala.

Autoridades pedem que a população denuncie se encontrar farmácias vendendo medicamentos extraviadosFoto: Arcenio Sebastiao

Denuncie!

António Hassane, diretor-geral da central de medicamentos do Ministério da Saúde de Moçambique, pede que a comunidade denuncie locais com a venda desses remédios.
“Estamos a trabalhar com muito afinco para atacar a nível de mercados informais; e estamos a ver que este ano houve redução de desvio [de medicamentos], mas reconhecemos que é preciso trabalhar muito mais, envolver mais gente [no processo]”, esclarece Hassane.

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Anualmente, o Governo moçambicano adquire grandes quantidades de medicamentos. Mas devido a problemas de má gestão e desvio de medicamentos, estes nem sempre estão disponíveis para os pacientes, explica o vice-ministro da Saúde, Mouzinho Saide.

“No domínio de medicamento, o Ministério da Saúde tem responsabilidades nas áreas de regulamentação e de logística. Nestes domínios, temos que melhorar. Ainda temos problemas de roubo de medicamentos”, explica Saide.

Remédio vencido

Mouzinho Saide reconhece que em Moçambique ainda são adquiridos medicamentos com baixa qualidade, disponibilizados por algumas empresas fornecedoras: “ Temos problemas de má gestão de medicamentos dentro dos nossos armazéns e, por isso, muitas vezes temos medicamentos expirados.”

Nos últimos anos, têm sido frequentes queixas de pacientes que procuram e não encontram medicamentos nos hospitais públicos. Razão pela qual o Ministério da Saúde adoptou um sistema de administração de medicamentos alternativos, como penicilina e amoxicilina para curar pneumonia.

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