O novo combustível é melhor para o meio ambiente e para os próprios veículos. Automobilistas moçambicanos elogiam a iniciativa, que surge em cumprimento de uma recomendação das Nações Unidas.
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O novo tipo de gasóleo que está a ser introduzido em Moçambique, denominado 50 ppm (parte por milhão), possui um teor de enxofre dez vezes menor que o atual. A migração para um combustível mais limpo tem outras vantagens como o aumento da vida útil do motor, a redução dos custos da sua manutenção e a melhoria do seu desempenho.
"Estamos a limpar cerca de 70% do combustível que circula no nosso país", sublinha Moisés Paulino, diretor nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis.
O parque automóvel de Moçambique está a crescer numa proporção geométrica e esse foi precisamente um dos factores para adoptar a recomendação da Organização das Nações Unidas para o Ambiente (UNEP), explica o responsável, acrescentando que o objetivo é "prevenir para que poluamos menos o país".
Moçambique começa a usar gasóleo menos poluente
O gasóleo usado até aqui, com um grau de enxofre de 500 ppm, será substituído em todos os postos de abastecimento de combustíveis.
Com este passo, o gasóleo usado no país passa a ser igual ao que é usado em países vizinhos, como é o exemplo da República da África do Sul, assim se referiu um comunicado do Governo moçambicano sobre o assunto.
Segundo nota divulgada no início do mês pelo Ministério da Energia e Recursos Minerais, o objetivo é eliminar totalmente a utilização no país do gasóleo com elevado teor de enxofre, substituindo-o por gasóleo menos poluente.
Vantagens
O preço de compra do novo tipo de gasóleo não sofreu qualquer alteração nas estações de serviço. "Além disso, as nossas viaturas vão emitir menos fumo negro. Isso vai contribuir para a preservação do ambiente e significa que a nossa saúde estará protegida", explicou o diretor nacional de Combustíveis, em relação à introdução do novo tipo de gasóleo.
É possível constatar nas cidades moçambicanas, em particular nas horas de ponta, que muitas viaturas emitem grandes quantidades de gases poluentes para o ambiente que são indirectamente inalados pelos transeuntes. A DW África saiu à rua e colheu a opinião de automobilistas em relação ao novo produto.
"É muito importante termos uma nova marca. Para nós também faz muito bem porque é económico, provoca menos poluição e ajuda a nossa própria saúde", afirma o taxista moçambicano Cândido Silvestre Magujele.
Para o motociclista Arnaldo Januário, o novo combustível é bem-vindo por uma simples razão. "Tem menos poluição e o motor dura mais", resumiu.
Mudança urgente
Moçambique é considerado um dos países no mundo mais vulneráveis às mudanças do clima, dada a sua localização geográfica, o relevo e a fragilidade das infraestruturas.
O país consome anualmente cerca de um milhão e quinhentos mil metros cúbicos de combustível, dos quais 70% são do gasóleo.
Ainda no âmbito das medidas para a preservação do meio ambiente, o Parlamento moçambicano aprovou esta quarta-feira (07.11), na generalidade e por consenso, uma resolução que ratifica o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.
O país assinou o acordo durante a Conferência das Nações Unidas, realizada em 2015, conhecida por COP 21, que definiu metas para a redução dos efeitos das mudanças climáticas.
País pobre com táxis de luxo
Táxis e autocarros da Mercedes-Benz definem o cenário nas ruas de Bissau. Quase todos os taxistas deste país pobre conduzem viaturas da construtora alemã de carros topo da gama, sobretudo modelos a gasóleo dos anos 80.
Foto: DW/B. Darame
Táxis da Mercedes-Benz por todo o lado em Bissau
Nas estradas da Guiné-Bissau, país situado na África Ocidental, prevalecem carros da marca Mercedes-Benz. Apesar deste ser um dos países mais pobres do mundo, ocupando a 12ª posição a contar do fim no índice de desenvolvimento humano das Nações Unidas, quase todos os taxistas conduzem viaturas da Daimler, construtora alemã de carros topo da gama.
Foto: DW/B. Darame
Modelos resistentes a gasóleo
Os modelos mais resistentes são também os mais procurados. Ao contrário dos modelos modernos, os mais antigos podem ser reparados pelos proprietários e condutores sem conhecimentos de informática. Quase a totalidade dos transportes públicos de Bissau, com os seus 400 000 habitantes, é operada com táxis coletivos e mini-autocarros da marca Mercedes-Benz.
Foto: DW/B. Darame
Amado conduz este Mercedes-Benz desde 1999
Um tio que emigrou para a Alemanha em 1997 enviou este Mercedes para Bafatá, no leste do país, para apoiar a família. Em 1999, o carro foi levado para a capital, Bissau. Desde então serve de ganha-pão ao taxista Amado. As receitas chegam para pagar o almoço e o jantar a toda a família.
Foto: DW/B. Darame
Todos os táxis são táxis coletivos
Tal como todos os taxistas em Bissau, também Amado recolhe sempre vários passageiros que querem ir mais ou menos para o mesmo lado. Os táxis de Bissau estão quase sempre em movimento. Se ainda há um lugar livre, pode-se mandar parar o táxi. Mas o destino deve ser próximo daquele dos restantes passageiros. Também é possível ter o uso exclusivo do táxi, mas é mais caro.
Foto: DW/B. Darame
Painéis dos anos 80
Uma apreciação do interior da viatura revela instrumentos clássicos dos anos 80. Este é o interior de um modelo 190D da série Mercedes-Benz W201. Entre 1982 e 1993 foram produzidos cerca de 1,8 milhões de exemplares deste predecessor da atual classe C. Olhando com atenção deteta-se no lado direito da imagem uma bandeira alemã. Este género de símbolos é muito popular entre os taxistas.
Foto: DW/B. Darame
Oficina da rua
Muitos táxis já têm mais de um milhão de quilómetros de rodagem, e, por isso, sofrem de numerosos defeitos. A reparação torna-se assim num negócio rentável, no qual se especializaram várias oficinas da rua. Sobretudo os jovens aprendem aqui como reparar os modelos da Mercedes-Benz, ocupação que lhes garante o sustento.
Foto: DW/B. Darame
Carros canibalizados
Hoje em dia é fácil obter em Bissau todas as peças sobressalentes dos modelos mais comuns da Mercedes-Benz. Elas não são importadas da Alemanha, mas extraídas dos numerosos táxis cujas carroçarias já não resistem ao uso. As viaturas são canibalizadas e usadas como depósito de peças de reposição. Neste caso foi extraído o bloco completo do motor para ser inserido noutro táxi.
Foto: DW/B. Darame
Investimento conjunto
Sete guineenses juntaram-se para comprar este táxi Mercedes-Benz. Com a matrícula, 42-11-CD, é um dos táxis mais conhecidos da cidade. No fim do mês, o condutor paga o aluguer aos proprietários. Quando o negócio anda de vento em popa, sobra o equivalente a 75 euros para cada um. O que na Guiné-Bissau é uma pequena fortuna. O rendimento médio per capita no país é inferior a 50 euros mensais.
Foto: DW/B. Darame
O modelo para carreiras de longo curso
O modelo 240TD da série 123 foi construído de 1975 a 1986, e é conhecido pelo nome de "sete plass" (sete lugares) na Guiné-Bissau. Este carro é considerado muito resistente e usado, sobretudo, para carreiras de longo curso. Este táxi coletivo faz a carreira de Bissau para Ziguinchor, na Casamansa (Casamance), no vizinho Senegal. A publicidade no para-brisas revela a sua origem.
Foto: DW/B. Darame
Furgonetas da Mercedes para rotas fixas
Enquanto os pequenos táxis coletivos têm rotas flexíveis, as grandes furgonetas da Mercedes-Benz cumprem carreiras fixas. É o caso deste mini-autocarro do tipo 210D ("Mercedes Transporter"), chamado de "toca-toca", que faz a ligação entre o centro da cidade o Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira em Bissau, como se pode ler na placa que diz “Aeroporto”.
Foto: DW/B. Darame
Miríade de tipos
Também há vários tipos de mini-autocarros, mas a preferência dos motoristas pelos modelos da Mercedes-Benz é evidente. Os carros desta marca têm a fama de ser resistentes. O furgão do tipo 210D foi construído na fábrica de Bremen, no norte da Alemanha, entre 1977 e 1995. Deste modelo de nome “Bremer Transporter” foram fabricados 970.000 unidades. Hoje ele é construído sob licença na Índia.
Foto: DW/B. Darame
A importação é sempre de segunda mão
Tanto as furgonetas amarelas e azuis que servem de mini-autocarro como os táxis azuis e brancos são geralmente importados em segunda mão. Normalmente os carros oriundos da Europa entram em África via Banjul, cidade portuária na vizinha Gâmbia. Daí seguem via sul do Senegal e norte da Guiné-Bissau para a capital, Bissau. Onde são pintados nas cores típicas.
Foto: DW/B. Darame
Parte integrante do cenário de Bissau
Na imagem, vários táxis pintados em azul e branco seguem numa estrada secundária de terra batida em Bissau. Os táxis da Mercedes-Benz são hoje parte integrante do cenário da capital da Guiné-Bissau. Como as viaturas são muito resistentes e fáceis de reparar, é muito provável que os modelos dos anos 80 e do início da década 90 ainda possam ser admirados por muito tempo nas ruas de Bissau.