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Moçambique: Condutores pedem reabilitação da EN7

Bernardo Jequete (Manica)
12 de setembro de 2022

A Estrada Nacional 7, que liga as províncias de Manica e Tete, é tida como vital para as trocas comerciais entre Moçambique e países como o Zimbabué, Malawi e Zâmbia. Utentes reclamam das "péssimas condições" da via.

Mosambik Nationalstraße 7
Foto: Bernardo Jequete/DW

Os condutores nacionais e estrangeiros que transitam pela Estrada Nacional nº7 (EN7), que liga as províncias de Manica e Tete, pedem ao Governo moçambicano a reabilitação urgente daquele troço que se encontra em péssimas condições de transitabilidade, apresentando buracos em quase toda a sua extensão.

Utentes da EN7 ouvidos pela DW África mostram-se preocupados com o avançado estado de degradação da estrada, tida como vital para as trocas comerciais entre Moçambique e outros países como Zimbabué, Malawi e Zâmbia. Os automobilistas questionam, por isso, a pertinência da cobrança de três portagens - duas nos distritos de Vanduzi e Báruè, na província de Manica, e a terceira em Changara, província de Tete.

"A via não está boa. Eu faço todo o país e, concretamente aqui, nada está bem. Há pouco tempo, bati uma cova grande e o meu carro partiu uma peça. É uma coisa injusta, eu gostaria que, pelo menos, arranjassem a estrada. Estão a arranjar a estrada duma forma não boa, saltam troço a troço", queixa-se o camionista Fidel Alface.

Buracos na EN7Foto: Bernardo Jequete/DW

"Valor da portagem não faz sentido"

O apelo de Fidel Alface e de muitos outros utentes da EN7 é o mesmo: "Pedimos que o Governo possa ver essa situação, a estrada está mal. O troço Changara – Catandica até Vanduzi não está bom. E, veja só, são mil meticais [o equivalente a 15 euros] esta portagem. Este valor não faz sentido", reclama.

Na região de Honde, no distrito de Báruè, em Manica, umas das faixas esburacadas da EN7, o camionista Paheco José também lamenta a situação e pede ao Governo que suspenda a cobrança de portagens e dê primazia à reparação da estrada antes que o pior aconteça.

"A estrada está em péssimas condições. A estrada não está boa. Cada dia que passa, muitos camiões estragam-se aqui nesta estrada. [Gostaria] que arranjassem a estrada para, pelo menos, os camiões andarem bem. Eu faço a rota Zâmbia, Malawi e Zimbabwe. Pagamos muito dinheiro na estrada", explica.

A portagem de Camuazanchenga entrou em funcionamento há diasFoto: Bernardo Jequete/DW

Governo promete melhorias

Os condutores argumentam também que, devido ao estado em que a via se encontra, há registo de muitos acidentes de viação, na maioria despistes e capotamentos, envolvendo camiões de carga que tombam na tentativa de contornar buracos.

O delegado provincial da Administração Nacional de Estradas (ANE) em Manica, Moisés Alexandre Dzimba, reconhece o estado de degradação da via e garante que o Governo mobilizou cerca de 470 milhões de meticais, o equivalente a 7 milhões de euros, para obras de manutenção de alguns troços da estrada.

"Neste momento, estamos a concluir contratos de emergência. Está previsto igualmente um contrato de emergência que vai durar três meses, que está no processo de licitação em que vamos continuar a fazer os mesmos trabalhos e vamos atacar estas secções que agora estão mal. Igualmente, está ao nível central em licitação um contrato para três anos híbridos que vai ter seis meses a um ano de reparações iniciais e o restante do tempo para se fazer a manutenção de rotina e melhorar-se onde for necessário", assegura.

O dirigente vincou que a construção de portagens ao longo da EN7 é uma forma de garantir a manutenção periódica da estrada.

EN1: Pesadelo na estrada mais importante de Moçambique

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