1. Ir para o conteúdo
  2. Ir para o menu principal
  3. Ver mais sites da DW

Conselho Constitucional anuncia resultados finais em Maputo

23 de dezembro de 2024

Após uma espera de quase três meses, Moçambique fica a conhecer hoje os resultados finais das eleições de 9 de outubro. "Vai tudo depender das palavras que saírem da boca da presidente do CC", disse já Venâncio Mondlane.

Membros do Conselho Constitucional de Moçambique
A proclamação dos resultados das eleições será feita pela presidente do Conselho Constitucional, Lúcia RibeiroFoto: Romeu da Silva/DW

Em Moçambique chegou o "dia D". Quando forem 15h00 locais, todos os olhos estarão postos em Lúcia Ribeiro. A presidente do Conselho Constitucional (CC) irá fazer o anúncio dosa resultados finais a partir do Centro Internacional de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo.

O país vive em clima de tensão desde que a Comissão Nacional de Eleições (CNE) anunciou, a 24 de outubro, a vitória da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) nas eleições presidenciais, nas legislativas, mas também nas provinciais.

Manifestações, paralisações e buzinões, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, que exige a "reposição da verdade eleitoral", tornaram-se o "pão nosso de cada dia".

Moçambique: "O Estado está a enfrentar uma revolta popular"

59:38

This browser does not support the video element.

Futuro do país "nas mãos da presidente do CC"

Agora, com a proclamação dos resultados finais, o que se segue? "Vai tudo depender das palavras que saírem da boca da presidente do Conselho Constitucional. As palavras dela, são palavras que podem dar vida, ou que podem tirar vidas", afirmou Venâncio Mondlane.

"São palavras que podem dar paz ou que podem dar caos. Podem dar tranquilidade ou podem dar precipício... podem dar hecatombe, tsunami. Nas mãos da presidente do CC está o futuro deste país", acrescentou o candidato apoiado pelo partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (PODEMOS).

Nas manifestações pós-eleitorais, mais de 300 pessoas foram baleadas e, pelo menos, 130 pessoas perderam a vida, segundo o balanço feito pela Plataforma Eleitoral Decide, que monitoriza os processos eleitorais no país.

Para este dia decisivo, Mondlane instou os moçambicanos a pararem toda e qualquer atividade laboral e a ficar em casa.

RENAMO exige novas eleições e "criação de Governo de gestão"

04:52

This browser does not support the video element.

Expectativas quanto ao acórdão

Neste domingo (22.12), o político promoveu um debate online em torno das expectativas quanto ao acórdão do Conselho Constitucional. No leque de convidados, André Thomashausen, especialista em direito internacional e constitucional, sublinhou que "não há que ter ilusões" já que.

Para o investigador moçambicano Borges Nhamirre, que também fez parte do painel, há "99% de probabilidade” de o Conselho Constitucional confirmar os resultados já divulgados pela CNE.

Segundo os resultados anunciados pela CNE, a FRELIMO reforçou a maioria parlamentar, com mais 11 mandatos, e o partido PODEMOS, que apoiou a candidatura de Venâncio Mondlane, passou a ser o maior da oposição, com 31 deputados, ultrapassando a Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) que caiu para 20, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que desceu para quatro deputados.

Na eleição presidencial, segundo o apuramento geral da CNE, Daniel Chapo, candidato da FRELIMO, venceu com 70,67%, seguido de Venâncio Mondlane com 20,32%, do líder da RENAMO, Ossufo Momade (5,81%) e do líder do MDM, Lutero Simango (3,21%). 

O clima é tenso em Maputo, onde esta manhã não havia nenhum chapa a circularFoto: Romeu da Silva/DW

Ambiente tenso em Maputo

O clima é tenso na capital do país. Esta manhã não havia nenhum chapa a circular e poucas viaturas particulares, pelo menos na Avenida Julius Nyerere e na Rua da Beira, rodovias que separam os bairros de Laulane, Ferroviária, Hulene e FPLM.

Jovens montaram barricadas na principal avenida de Maputo e para passar é preciso negociar. Há casos em que mesmo que as pessoas sugiram pagar para passar, os jovens recusam-se.

Na Praça dos Combatentes o cenário era o mesmo: poucos chapas e muita gente a caminhar para os seus postos de trabalho. Logo pelas 06h00 já era notória a presença de jovens - alguns chegaram a ameaçar agredir pessoas que iam para os seus postos de trabalho.