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Moçambique: Consumidores temem aumento do preço dos "chapas"

12 de maio de 2023

A subida do preço do gasóleo está a preocupar os transportes semicoletivos e os utentes. Os transportadores vão sentir a necessidade de agravar a tarifa para compensar os custos das operações, afirmam os especialistas.

Mosambik Mosambik -  Gefährlicher Verkehr in Chimoio
Foto: DW/B. Jequete

A subida do preço do gasóleo está a preocupar os transportes semicoletivos de passageiros e os utentes em Maputo. Economistas, ouvidos pela DW, não têm dúvidas de que o custo de vida vai aumentar, porque as empresas transportadoras vão sentir a necessidade de agravar a tarifa para compensar os custos das operações. 

O preço gasóleo, o combustível mais usado pelos transportes semicoletivos de passageiros, vulgo "chapas", aumentou, passando do equivalente a 1,26 euros para 1,38 euros. O preço da gasolina baixou e o do gás de cozinha manteve-se na atualização feita ontem, dia 11 de maio, em Moçambique.

O gasóleo foi o combustívei que mais aumentou, na sequência da última atualização de preçosFoto: Romeu da Silva/DW

Aumentos não agradam às empresas transporadoras

Para os transportadores semicoletivos o aumento da tarifa do gasóleo também em efeitos negativos. “É insuportável”, “Não compensa”, “Não é justo, tinha que se esperar para um outro momento”, na opinião de vários empresários e motoristas, ouvidos pela DW África.

Um comunicado da AREN, Autoridade Reguladora de Energia, diz que o aumento do preço do gasóleo não vai afetar o transporte. Mas o economista Rui Mate contrapõe: “Vai, sim, porque, primeiro grande parte do transporte - e se formos a falar do transporte público, ele é maioritariamente de viaturas movidas a gasóleo - o gasóleo é o combustível que sofreu o maior ajuste. Então não tem como não afetar.”

A AREN confia nas compensações que o governo dá aos transportadores. Ainda assim o economista e pesquisador do CIP, Rui Mate, entende que este mecanismo não vai resultar devido à demora na alocação de verbas: “Os transportadores vão fazer encurtamento de rotas, vão começar a paralisar as atividades porque o processo de compensação não vai acontecer, então vai afetar o transporte.” 

Rui Mate, economista e pesquisador do CIP: "Com o aumento nos combustíveis, os transportadores vão começar a paralisar as atividades"Foto: Privat

O economista Mate entende ainda que a justificação para agravar o preço do diesel não pode ter que ver com o aumento do custo de importação:  “Que custos são esses, que estão a aumentar?", questiona, adiantando que "ademais, se os custos dos transportes, de manuseamento de operações, dos importadores está a aumentar a questão que se coloca é, só aumentaram o transporte do gasóleo e não aumentaram para o transporte de gasolina? Qual a racionalidade que está por detrás disso? Então isto é algo que não está bem explicado."

Moçambique: Consumidores preocupados com aumento do preço dos combustíveis

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Utentes de transportes públicos muito preocupados  

Os cidadãos dizem que não sabem como vão sobreviver, porque o atual preço daquele combustível já antes estava a sufocar os moçambicanos. “É complicado, o custo de vida está elevado.” “Tem que haver uma solução porque a maior parte dos carros são privados e não são do governo”, afirmam os cidadãos ouvidos pela DW.

O economista dá razão aos utentes dos “chapas”, porque um possível agravamento vai agravar os preços dos outros produtos: “O preço dos outros produtos estará alto e o cidadão vai ter que continuar a fazer face ao mesmo transporte e reduzir provavelmente aquilo que é o seu consumo.” 

O último reajuste dos preços de combustíveis registou-se em julho de 2022.

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