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Deslocados de Cabo Delgado passam dificuldades na Zambézia

26 de março de 2023

Cerca de 35 famílias vítimas de conflito armado em Cabo Delgado, que estavam acomodado no centro de refugiados de Lucuar na Zambézia, abandonaram o centro e voltaram às origens por alegada falta de condições no centro.

Symbolbild I Flucht und Migration
Foto: Alfredo Zuniga/AFP

No centro de reassentamento das vítimas de ataques terroristas em Mutchessane, no posto administrativo de Licuar, distrito de Nicoadala na Província da Zambézia haviam mais de 70 famílias todas elas oriundas da província de Cabo Delgado.

Hoje, cerca da metade das famílias já regressou às zonas de origem por não terem conseguido se adaptar à nova realidade, mas também devido à falta de condições de sobrevivência no centro.

Por outro lado, o ambiente calmo que se verifica em vários pontos da província de Cabo Delgado, principalmente, em Mocimboa da Praia de que a maioria dos deslocados era proveniente permitiu o regresso dos deslocados.

Falta de comida

Os reassentados que permanecem no centro de Licuar contam que falta lhes comida e roupa. À DW África, Hortêncio Francisco diz que desde que chegaram à Zambézia, muitos deslocados não conseguem trabalho remunerável para suprir as necessidades básicas.

"Para quem consegue fazer táxi de bicicleta consegue, para nós que somos homens, mas a maioria aqui está inclinada a machamba, não há emprego.  Não há nada. Quando amanhece agente só vai à machamba, isso é que nos ajuda um pouco”, conta Francisco.

Em Licuar também faltam habitações condígnas para os deslocadosFoto: Marcelino Mueia/DW

O  Chefe dos deslocados de Cabo Delgado no centro de reassentamento de Muchessane em Licuar na Zambézia, Elias Jacob disse que a grande dificuldade que se vive no centro é a falta de alimentação e casas em condições.
"Neste momento estamos a passar mal com fome. Mas machambas ainda não tem nada”, lamenta Jacob.

"Não pensamos voltar agora para [Mocimboa da Praia], porque a situação lá ainda não acabou se for possível nos apoiem”, disse Elias Jacob para quem "pedimos ao governo para nos apoiar pelo menos uma casa, assim estamos a viver como se fossemos porcos”, concluiu. 

Salas de aulas

No centro de acomodação de Licuar foi contruída uma escola, que leciona da primeira a terceira classe, mas não está suporta a demanda dos alunos.

Arlindo Angurete é professor daquela escola. Contam à DW, como tem sido ginástica para dar aulas no centro de acomodação.
"Temos falta de algumas salas de aulas. As salas são muito insuficientes porque temos muitos alunos, temos acima de 315 alunos para duas salas. Auas salas não chegam para estes alunos alguns têm assistido aulas ao relento”, lamenta Arlindo Angurete.

Várias crianças estudam sentadas no chão em LicuarFoto: Marcelino Mueia/DW

A DW tentou sem sucessos conversar com a administradora do distrito de Nicoadala, Adelina Tiroso, sobre as queixas dos deslocados de Cabo Delgado.
O centro de reassentamento de Mutchessane em licuar não é único que alberga os deslocados de Cabo Delgado, há também muitas famílias no centro de Namitangurine que fica mais longe da vila sede do distrito de Nicoadala.

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