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Moçambique: Detidos suspeitos ligados a onda de raptos

23 de fevereiro de 2022

Em Moçambique, três suspeitos foram capturados quando se preparavam para mais um rapto na capital moçambicana, anunciaram as forças de ordem. As autoridades dizem que os detidos são reincidentes neste tipo de crime.

Foto: DW/L. da Conceição

O Serviço de Investigação Criminal de Maputo (SERNIC) acaba de desmantelar o que suspeita ser uma quadrilha de criminosos que alegadamente se preparava para levar a cabo mais um rapto na capital moçambicana.

Segundo o SERNIC, os três suspeitos, entre os quais duas mulheres, foram apanhados em flagrante quando preparavam o cativeiro para a vítima do sequestro no bairro de Triunfo, na zona nobre da cidade de Maputo.

O porta-voz do SERNIC, Hilário Lole, avançou que "um desses indivíduos neste momento também é indiciado pela prática de crime de rapto, que ocorreu no mês de abril de 2021".

"Estamos a falar de dois casos em que as vítimas foram raptadas; uma no bairro do Alto-Maé, no dia 11 de abril, e outra dois dias depois, em 13 de abril, próximo do consulado português. Essas vítimas já se encontram em liberdade", detalhou o porta-voz.

Hilário Lole, porta voz do SERNIC em MaputoFoto: Leonel Matias/DW

Cativeiros

Os raptores arrendaram uma casa e, janeiro pelo equivalente a cerca de 10 mil euros, apurou o SERNIC.  "No âmbito desses preparativos constatámos ainda que os mesmos teriam adquirido uma viatura num dos parques ao nível da cidade de Maputo, que também seria usada para o rapto que ainda estava a ser preparado", disse Lole.

O SERNIC não tem dúvidas de que algumas casas de arrendamento são cativeiros preferenciais. Hilário Lole apelou aos cidadãos para que "continuem a colaborar com o SERNIC e outras autoridades policiais na denúncia de diversos crimes que ocorrem, sobretudo no caso vertente do crime de rapto, porque são usadas diversas residências a nível dos bairros como cativeiros".

"É preciso sempre avançar dados em relação a alguma conduta diferente daquilo que é normal", ressaltou Lole.

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Indiciados

Uma das mulheres indiciadas pelo crime, que trabalha na África do Sul, disse que foi contratada para prestar serviços como empregada doméstica por indivíduos que desconhece.

"Eu estou aqui porque um senhor ligou-me e disse que era para se alugar a casa. Viemos aqui e disseram para arrumarmos a casa para ficar tudo bem, comprámos camas e tudo ali dentro. Ele sugeriu que, depois de tudo, ele ia ligar, para dizer o que a gente faria. Mas até hoje ainda não ligou, ainda não disse nada", relatou a mulher.

Um outro indivíduo indiciado, conhecido apenas por Julinho, afirma que não sabia para que finalidade lhe pediram para arrendar uma casa e comprar uma viatura.

"A mim só me disseram que depois de arrendar a casa, levariam a chave  para a África do Sul. Disseram que avisariam quando precisassem de mim de novo a Maputo", contou.

Nesta terça-feira, os empresários moçambicanos pediram às autoridades para endurecerem as leis para desencorajar crimes de raptos.

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