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Ucrânia: África do Sul e Moçambique defendem mediação da ONU

Lusa
11 de março de 2022

Numa nota conjunta, após um encontro dos dois chefes de Estado, em Pretória, Moçambique e África do Sul expressaram preocupação com a crescente crise humanitária na Ucrânia.

Kombibild Cyril Ramaphosa und Filipe Nyusi
Cyril Ramaphosa e Filipe Nyusi estiveram reunidos, esta sexta-feira (11.03), em PretóriaFoto: Getty Images/AFP/G. Guercia/Y. Chiba

Os chefes de Estado da África do Sul e Moçambique instaram, esta sexta-feira (11.03), o Conselho de Segurança das Nações Unidas a mandatar o secretário-geral, António Guterres, a iniciar um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia.

"Os dois presidentes instaram o Conselho de Segurança das Nações Unidas para mandatar o Secretário-Geral das Nações Unidas para iniciar um diálogo entre a Rússia e a Ucrânia", refere o comunicado final conjunto da 3ª Sessão da Comissão Binacional (BNC, na sigla em inglês) entre a África do Sul e Moçambique realizada na capital sul-africana Pretória.

Os dois líderes da África Austral apelaram "a uma abordagem equilibrada do conflito através do diálogo que atenderá as preocupações de segurança de ambas as partes no conflito", segundo a nota.

Na semana passada, a assembleia geral da ONU aprovou uma resolução que condena a invasão russa da Ucrânia, com o apoio de 141 dos 193 Estados-membros das Nações Unidas.

A resolução contou com 35 abstenções, incluindo as da África do Sul e Moçambique.

"Os dois presidentes também expressaram preocupação com a crescente crise humanitária na Ucrânia", adiantou.

Os dois presidentes dizem-se preocupados "com a crescente crise humanitária na Ucrânia"Foto: STATE EMERGENCY SERVICE OF UKRAINE VIA REUTERS

Segundo o comunicado, a que a Lusa teve acesso, o Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, e o seu homólogo moçambicano, Filipe Nyusi, reafirmaram "a urgência de reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas".

O Presidente Ramaphosa reiterou o apoio da África do Sul à candidatura de Moçambique para o Conselho de Segurança da ONU como membro não permanente em 2022/23, salienta na nota.

Estabilidade no continente

Sobre a capacidade da União Africana (UA) e das organizações sub-regionais para promoverem a paz, segurança, estabilidade e desenvolvimento sustentável no continente, os dois líderes destacaram como "motivo de preocupação" a "mudança inconstitucional de governo no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri, e a situação de segurança na região do Sahel, leste da República Democrática do Congo e partes do norte da província de Cabo Delgado, em Moçambique".

"Manifestaram preocupação com a forma como o estatuto de observador de Israel na União Africana foi concedido pela Comissão da União Africana, a este respeito, apelaram aos membros da União Africana para salvaguardarem os valores da União Africana para que permaneça fiel à intenção dos seus fundadores", adiantou.

De acordo com o documento, no encontro os chefes de Estado instaram também o Conselho de Segurança da ONU a "acelerar o processo para a realização do direito à autodeterminação do povo saarauí".

Sobre o progresso alcançado a nível da cooperação entre Pretória e o seu vizinho lusófono desde a 2ª sessão da comissão bilateral realizada em Maputo, em agosto de 2017, o comunicado refere apenas que os dois chefes de Estado acordaram "um plano de implementação que visa assegurar que existem prazos rigorosos no que diz respeito à execução e implementação dos compromissos e decisões tomadas durante o BNC", sem avançar detalhes. 

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