Maputo desperta calma mas com pouco movimento
24 de outubro de 2024Era também possível ver transportes públicos a funcionar, incluindo comboios, apesar da pouca afluência, mas também padarias abertas, algumas com as habituais filas para a compra do pão da manhã.
No centro da capital registava-se pouco movimento, sem filas de trânsito, contrariamente ao habitual, e a presença da polícia nas ruas era praticamente a habitual, com pontuais reforços, mas sem a presença de blindados ou elementos da Unidade de Intervenção Rápida, contrariamente ao que aconteceu na segunda-feira.
O Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, apelou na quarta-feira a que não se faça de "uma tragédia, que foi o assassinato bárbaro de dois compatriotas” um "rastilho para infligir mais sofrimento a outros compatriotas".
"Não façamos de uma tragédia, que foi o assassinato bárbaro de dois compatriotas, repudiado por todos os moçambicanos, por todo o mundo, pelo Governo, não façamos isso um rastilho para infligir mais sofrimento a outros nossos compatriotas, que poderão ver limitada a sua busca diária e incessante do seu sustento", afirmou o chefe de Estado moçambicano, numa alusão ao homicídio de dois apoiantes do candidato presidencial Venâncio Mondlane.
A Comissão Nacional de Eleições (CNE) moçambicana anuncia hoje os resultados das eleições gerais de 09 de outubro, que têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional, em dia de manifestações e greve convocadas pelo candidato Venâncio Mondlane.
Mondlane convoca protestos
O candidato presidencial Venâncio Mondlane convocou dois dias de paralisação e manifestação "pacífica" nacional em Moçambique a partir de hoje.
"Vamos sacrificar dois dias das nossas vidas para que todos nós nos manifestemos. E não precisamos de informar a polícia, o município", anunciou Venâncio Mondlane.
"O país nestes dois dias deve ficar parado", afirmou, descrevendo esta como a segunda etapa do que denomina de "roteiro revolucionário" de Moçambique, insistindo que a CNE se prepara para anunciar "resultados profundamente falsos".
"Não é o que o povo votou. Isso está claro", disse ainda, numa alusão ao apuramento dos resultados ao nível das províncias, que dão a vitória à Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO, no poder), e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, com mais de 60% dos votos.
O candidato presidencial Daniel Chapo disse, na terça-feira, que a FRELIMO aguarda com "calma e serenidade" a divulgação dos resultados pelos órgãos oficiais.
"Nós, neste dia do anúncio dos resultados, em respeito aos órgãos eleitorais, é que vamos fazer a nossa festa (...) A nossa calma e serenidade é em resultado de sermos um partido da paz, de harmonia, um partido organizado, estruturado, maduro, um partido que organiza e prepara as suas vitórias", acrescentou o candidato e secretário-geral da FRELIMO.