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Moçambique entre os 50 países mais pacíficos do mundo

20 de junho de 2012

A avaliação é do Índice de Paz Global de 2012. Angola e Guiné-Bissau tiveram má classificação. A África Sub-sahariana, pela primera vez, abandonou a cauda da lista.

Straßenszene in der Hauptstadt Maputo, links das Hotel Polana. (Undatierte Aufnahme).
Straßenszene in der Hauptstadt MaputoFoto: picture-alliance/dpa

O Índice de Paz Global (GPI) é um instrumento do Instituto de Economia e Paz que avalia a paz no mundo, tomando em conta 23 indicadores. O relatório deste ano conclui que, de uma forma geral, houve uma melhoria da paz global, com a excepção da região Norte do continente africano e do Médio Oriente, devido às revoluções que tiveram lugar.

A Síria, por exemplo, registou a maior baixa, caiu 30 posições alcançanbo o número 147 no ranking. Já a  Somália continua a ser considerada o país menos pacífico, pelo segundo ano consecutivo. Ao nível da África Austral, Madagascar e Botsuana apresentaram melhorias notáveis. A região também demonstrou melhorias nas 'relações com os países vizinhos'.

Moçambique entre os 50 mais pacíficos

Moçambique é outro país que, pela segunda vez consecutiva, permanece entre os cinquenta melhores. Eduardo Sitoe, académico da área de ciências políticas da Universidade Eduardo Mondlane, em Moçambique, concorda com a avaliação.

Em Moçambique, guerra civil teve fim em 1992, com a assinatura dos acordos de paz. 20 anos depois, país é um dos 50 mais pacíficos do mundoFoto: picture-alliance/Paul O'Driscoll/Impact Photos

Para ele, contribuiu para isso "um trabalho muito louvável das congregações religiosas e das comunidades, sobretudo nas regiões rurais". O especialista cita também o empenhodas organizações da sociedade civil, que trabalham na preservaçãda paz", como parte de um esforço coordenado pela paz.

Entretanto, no país, verifica-se um crescente descontentamento popular por causa do aumento do custo de vida, da grande disparidade entre as classes sociais e da corrupção.

Em que medida esta situação ameaça a posição 48, que Moçambique ocupa no GPI? Eduardo Sitoe explica há áreas que se não forem acauteladas podem não só por em causa a estabilidade e a paz. Para ele, a instabilidade põe em risco "o maior trunfo deste país que é a unidade nacional".

O especialista explica que, no início do processo de desenvolvimento, "coloca-se muitos recursos em poucas mão de cidadãos nacionais, enquanto tempos muitas pessoas que estão na condição de pobreza. Isso aliado aos desequilíbrios regionais pode ser um perigo", avalia.

Angola e Guiné-Bissau no fim da lista

Dos países africanos de língua portuguesa restantes, a Guiné-Bissau ocupa a posição 96 e Angola, a posição 95. Este último país vive constantes manifestações anti-governo, desde 2010.

Apesar dos dez anos de paz em Angola, insatisfação popular é grande e pode dar lugar a revoltas, afirma padre PioFoto: picture-alliance/dpa/dpaweb

As autoridades policiais as tem repremido com violência, para além de levar a cabo actos intimidatórios. Os desníveis sociais, demolições das casas das populações, entre outros, são alguns factores que se desenvolvem num ambiente de paz que foi a pouco tempo conquistada.

O padre Pio, da associação angolana Construíndo Comunidades, faz uma avaliação da situação de paz em seu país. "Sólida não é. Muito frágil, no sentido de a qualquer momento colapsar, também não é", considera.

O padre Pio diz ainda que há necessidade de promover mudanças profundas económicas. "Olhando para o povo, essa paz se vai deteriorando devagarinho e um dia pode dar lugar a revoltas. Isto é claro", diz.

Tendência de mudanças

Na Europa, a Alemanha está na 15ª posição no ranking. Portugal vem logo a seguir.  O país mais pacifico do mundo é Islândia. O GPI lançou estes dados na última semana, na sua sexta edição anual.

Islândia é o país mais pacífico do planeta, segundo GPIFoto: AP

O Índice de 2012 destacou ainda que a tendência dos últimos seis anos é a mudança nas prioridades globais. As nações tornaram-se mais pacíficas externamente com a concorrência económica, e não com o uso da força militar.

Autora: Nádia Issufo
Edição: Cris Vieira/António Rocha

21.06.12. GPI Moc-Angola - MP3-Mono

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