Moçambique: Estradas continuam cortadas por causa do Freddy
21 de abril de 2023Com a passagem da tempestade Freddy por Niassa, as linhas fronteiriças entre Moçambique, Malawi e Tanzânia ficaram intransitáveis.
Camionistas que fazem o troço Moçambique-Malawi através da fronteira de Mandimba afirmam que as estradas ficaram seriamente danificadas, o que prejudicou o seu trabalho.
"Estamos a enfrentar dificuldades sérias, sobretudo de transportes", conta o camionista Jemusse Rachide. "Não podemos entrar ou transitar de forma livre para o Malawi, as vias estão totalmente degradadas e somos forçados a pagar por duas vezes, porque temos de descarregar para outros transportadores, e isso reduz a nossa renda."
O corte de comunicação nas principais vias de acesso rodoviárias também levou à diminuição da arrecadação de receitas em Niassa.
"Para o mês de março foi-nos tipificada uma meta de 10,4 milhões de meticais [cerca de 149 mil euros] e arrecadámos apenas 9,6 milhões [137 mil euros]", avança o diretor das Alfândegas na província, Viriato Ronda.
"Não conseguimos fechar a meta por causa da [menor] circulação de pessoas e bens", acrescenta.
A tempestade tropical Freddy causou a morte de, pelo menos, 169 pessoas e destruiu muitas infraestruturas, entre fevereiro e março.
Problemas continuam
De acordo com o diretor das Alfândegas da província de Niassa, alguns pontos fronteiriços continuam intransitáveis. Só há uma semana foi reaberta a fronteira de Mandimba.
"A fronteira de Malawi com Moçambique, usando o posto fronteiriço de Interlago, está intransitável. Mandimba também esteve intransitável, razão pela qual não conseguimos atingir as metas do mês de março. É algo que provavelmente se repercutirá no mês de abril", diz Viriato Ronda.
Segundo o responsável, as principais fontes de receitas das Alfândegas do interior são viaturas importadas do Japão, com maior influência no mercado de Nampula.
No entanto, a província tem enfrentando o problema do contrabando, que leva à diminuição das receitas do Estado. Para desencorajar esta prática têm sido feitas campanhas de sensibilização junto dos importadores e da população nas zonas fronteiriças.
"Muitas vezes, a população desconhece o fenómeno do contrabando, pensam que o contrabando é algo normal", afirma Viriato Ronda.