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Ex-guerrilheiros não querem Mondlane nem Dhlakama no poder

Bernardo Jequete (Manica)
24 de março de 2024

Os ex-guerrilheiros da RENAMO dizem que não vão aceitar as candidaturas de Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama à presidência do partido, no congresso a realizar-se em maio, nas matas da Gorongosa, na província de Sofala.

Antigos guerrilheiros marcham contra nomes de Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama na sucessão a Ossufo Momade
Antigos guerrilheiros marcham contra nomes de Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama na sucessão a Ossufo MomadeFoto: Bernardo Jequete/DW

Os antigos guerrilheiros do principal partido da oposição moçambicana defendem que Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama não deverão ter o privilégio de concorrer à presidência da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), pelo facto de Elias Dlhakama, irmão do falecido Afonso Dlhakama, pertencer às Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), e por considerarem que Venâncio Mondlane não tem um perfil adequado para dirigir aquele partido histórico.

David Coroa, antigo guerrilheiro, explicou à DW, a partir de Chimoio, que a RENAMO tem uma linhagem histórica, razão pela qual deve ser dirigida por pessoas com carácter, carismáticas e com o foco na promoção da democracia em Moçambique.

"Não estamos satisfeitos com o comportamento de alguns membros, pois estão a desorganizar-nos. Queremos ter um único comando e voz", frisou.

David Coroa, antigo combatente da RENAMOFoto: Bernardo Jequete/DW

DDR por resolver

Para David Coroa, os tumultos no partido ocorrem num momento em que vários guerrilheiros ainda não têm a sua situação de pensão resolvida. "Queríamos que as pessoas que estão em frente do processo de DDR continuassem com o processo visando enquadrar todos", afirmou.

A ala militar da RENAMO, acantonada na província de Manica depois de desarmada no âmbito do processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) dos ex-combatentes da daquela força política, defende um candidato que defronte as barreiras atuais que encurralam a política moçambicana em Maputo.

Antigos combatentes da RENAMO reunidos contra os nomes de Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama na sucessão a Ossufo MomadeFoto: Bernardo Jequete/DW

Sábado Abacar, que é outro guerrilheiro desmobilizado com a patente de major, disse à DW que é preciso que se coloque o dedo na consciência. "Os senhores Venâncio Mondlane e Elias Dhlakama nunca irão dirigir os combatentes. Devem colocar isso nas vossas cabeças", frisou.

Sábado Abacar acrescentou que "o presidente Osufo Momade não recusou a realização este ano do congresso", justificando que "o partido não tem dinheiro porque o pouco que tinha investiu-se nos pleitos eleitorais passados".

Manica: Ex-guerrilheiros da RENAMO defendem Momade

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