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Filipe Nyusi defende mudanças na lei quando for necessário

Lusa
1 de fevereiro de 2024

Num contexto de críticas à gestão das eleições autárquicas, Filipe Nyusi sublinhou que a democracia não é um processo acabado. Diante da contestação ao escrutínio, o CC admitiu a necessidade de revisão da lei eleitoral.

Filipe Nyusi, Presidente de Moçambique
"Reiteramos a nossa posição de tudo fazer (...) para continuarmos a aprimorar a nossa legislação", frisou Filipe NyusiFoto: Phill Magakoe/AFP/Getty Images

"Não tenhamos receio de alterar as leis que nós próprios, soberanamente, elaboramos. Se algo não se encontra bem legislado, [que seja alterado] por forma que o jogo democrático seja o mais justo, livre e transparente", declarou Filipe Nyusi, durante a cerimónia de abertura do ano judicial de 2024, em Maputo.

Para o Presidente, Moçambique, 34 anos após a aprovação da primeira Constituição multipartidária, continua a aprender sobre as regras do jogo democrático e a união de todos atores é fundamental no processo.

“Devemos continuar unidos para ultrapassarmos em conjunto os desafios de um processo em que somos todos aprendizes. A correção do que não contribui para se apurar a qualidade de justiça não se faz com acusações nem ódio”, observou o chefe de Estado moçambicano.

A coordenação dos três poderes é importante na construção da democracia, observou Filipe Nyusi, sublinhando que este nunca é um processo acabado.  

“Reiteramos a nossa posição de tudo fazer em coordenação com os poderes judicial e legislativo para continuarmos a aprimorar a nossa legislação”, frisou o chefe de Estado, Filipe Nyusi.

Moçambique realizou as sextas eleições autárquicas no ano passado, em que a FRELIMO, no poder, foi declarada como vencedora em 60 autarquias de um total 65.

O escrutínio foi fortemente contestado pela oposição, que não reconheceu os resultados oficiais, e pela sociedade civil, alegando uma fraude, com o Conselho Constitucional (CC), órgão máximo de justiça eleitoral, a admitir a necessidade de revisão da lei eleitoral, sobretudo na clarificação das competências dos tribunais de primeira instância.

O país prepara-se, neste ano, para as eleições gerais, incluindo as sétimas presidenciais e às quais o atual Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, já não pode constitucionalmente concorrer. O escrutínio está marcado para 09 de outubro, com um custo de cerca de 6.500 milhões de meticais (96,3 milhões de euros), conforme dotação inscrita pelo Governo na proposta do Orçamento do Estado para 2024.

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