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Filipe Nyusi inaugura aeroporto com o seu próprio nome

29 de novembro de 2021

O Presidente de Moçambique inaugurou esta segunda-feira (29.11) um aeroporto com o seu nome na província de Gaza. Nyusi está a ser acusado, entre outras coisas, de falta de humildade. O PR não é pioneiro desta prática.

Mosambik Pemba | Filipe Nyusi
Foto: DW

Localizado no distrito Chongone, o aeroporto "Filipe Jacinto Nyusi" foi financiado por fundos chineses e tem capacidade para receber perto de 220 mil passageiros por ano.

Nas redes sociais, o Presidente de Moçambique está a ser criticado por permitir que a infrastutura que inaugurou esta segunda-feira (29.11) tenha o seu próprio nome. Os moçambicanos entendem que se trata de um descaramento do seu lado, falta de humildade, entre outras coisas. 

Argumentam que há moçambicanos com feitos que justificam merecer ter o nome em infrastruturas de grande dimensão. Este tipo de prática, entretanto, não começou com Filipe Nyusi, já Armando Guebuza assim o fez durante o seu mandato como Presidente de Moçambique.

Mais um elefante branco?

Também há moçambicanos que receiam que a infrastrutura venha a ser mais um elefante branco, à semelhança do aeroporto de Nacala. A infrastrutura até já foi usada para acolher eventos sem relação com o setor da aviação, como forma de tirar proveito do espaço.

Mas o ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, garantiu a viabilidade da obra: "As potencialidades da província não deixam qualquer dúvida de que este aeroporto é viável", disse o governante, que o apresentou ainda como uma eventual alternativa ao aeroporto internacional de Maputo para algumas aeronaves. 

Aeroporto Filipe Jacinto Nyusi em Chongoene, província de GazaFoto: Carlos Matsinhe/DW

Após a inauguração da infraestrutura, o chefe de Estado garantiu que "a sustentabilidade do aeroporto de Gaza não será garantida apenas pelo turismo. Não fizemos o aeroporto apenas pelo turismo". 

Preços das passagens pela hora da morte

As críticas não se ficam por aqui: os preços das passagens aéreas praticados pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) são exorbitantes. Nesta fase, a preço promocional, o bilhete de ida e volta custa 13.800 meticais, o equivalente a cerca de 185 euros. E a LAM praticamente tem o monopólio do mercado.

Para Filipe Nyusi, a província tem um forte potencial nos setores agrícola e de recursos minerais, o que deve ser aproveitado para rentabilizar a infraestrutura.  

É o primeiro aeroporto da província de Gaza, sul do país, e custou cerca de 53,2 milhões de euros, valor atualizado hoje e revisto em baixa pelo chefe de Estado.

Tem uma pista de 1,8 quilómetros de dimensão e ainda não foram anunciados voos regulares. Mas, segundo fontes das empresas Aeroportos de Moçambique (ADM) e LAM, um dossiê nesse sentido está em preparação. 

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