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Moçambique: Fim de ano marcado por subida dos preços

27 de dezembro de 2023

O preço dos bens alimentares registou uma subida generalizada em vésperas de fim de ano em Moçambique. O frango, o óleo e os ovos são os produtos mais procurados e foram também os que ficaram mais caros.

Mercado Central de Nampula, em Nampula, Moçambique
Mercado Central de Nampula, em Nampula, MoçambiqueFoto: Sitoi Lutxeque/DW

Em Maputo, no mercado informal da Praça dos Combatentes, vulgo Xiqueleni, Rachid Sigauque faz compras para as festas do fim de ano, mas admite estar "assustada" com o preço do quilo de frango que está quase nos 5 euros.

"Nestes dias não está a andar muito bem, porque os preços tiveram a tendência de aumentar, então para os consumidores está a ser muito difícil fazer o seu rancho", disse à DW.

A vendedora de frangos Sara Massingue justifica a subida com os custos da criação. "A criação não está fácil, o preço do frango está mais alto, o próprio pinto subiu, a ração não está fácil", relatou. "A procura é menor e o cliente reduziu a quantidade das compras. O cliente que levava dez agora reduziu", admitiu a comerciante.

Subida dos preços dos bens alimentares atinge todo o tipo de produtosFoto: Roberto Paquete/DW

Má-fé dos agentes económicos

O economista Elcídio Bachita justifica a alta subida de preços neste período do ano com a má-fé por parte de quem vende. "Há uma tendência generalizada por parte dos agentes económicos que querem a todo o custo fazer a maximização de lucros prejudicando o consumidor e isto acaba por criar uma subida de preços", comentou.

Mas não foi apenas o frango que ficou mais caro. Um favo de ovos custa agora o equivalente a 5 euros e cinco litros de óleo chega a valer 7 euros.

No mercado Grossista do Zimpeto, o inspetor nacional das Atividades Económicas, Gabriel Chongo, diz ter havido uma variação dos preços e descarta a existência de especulação.

Mercados são local de romaria nesta altura do ano, com milhões de moçambicanos a procurarem produtos para festejarem a quadra natalíciaFoto: Roberto Paquete/DW

"Digo variação, porque muitas vezes temos dito que qualquer subida do preço é especulação do preço. Não constitui especulação do preço quando o produto em causa extravasa o limite das margens máximas estipuladas pela lei", considerou.

Mais fiscalização

O economista Elcídio Bachita diz que por estas alturas a Inspeção Nacional das Atividades Económicas (INAE) tem de apertar o cerco aos especuladores, não apenas pelos elevados preços que se praticam nos mercados.

"Mas também no que diz respeito à própria quantidade que é vendida aos consumidores", indicou.

"Por vezes os consumidores são burlados por agentes económicos porque viciam máquinas de pesagem, o que acaba por prejudicar o consumidor", advertiu.

O economista refere ainda que o país é penalizado nos preços dos produtos alimentares básicos por não ter capacidade de produção local.

"Isto é característica da nossa economia, porque noutros países regista-se uma descida significativa dos preços de bens uma vez que as autoridades e agentes económicos nesses países procuram brindar os consumidores com preços relativamente mais baixos", concluiu.

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