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FMI estuda empréstimo de emergência a Moçambique

Leonel Matias (Maputo)
26 de março de 2019

FMI anunciou esta terça-feira (26.03.) que está a estudar um financiamento de emergência a Moçambique entre 60 milhões e 120 milhões de dólares, para que o país enfrente os efeitos do ciclone Idai.

Mosambik Idai Zyklon
Foto: Reuters/M. Hutchings

O chefe da missão do Fundo Monetário Internacional (FMI) de visita a Moçambique, Ricardo Velloso, disse a jornalistas que um dos impactos do ciclone Idai será o aumento da inflação.

"A inflação vai ser um pouco mais alta do que seria sem esse evento. Obviamente é uma inflação mais alta que nós chamamos de um choque de oferta... não é uma inflação mais alta que vai necessariamente demandar uma ação do Banco de Moçambique de subir as taxas de juros. O deficit em conta corrente vai ser um pouco maior com a redução da produção agrícola na área central do país, vai haver necessidade de importar mais alimentos para essas populações. Obviamente o processo de reconstrução vai demandar mais importações".

Ricardo Veloso adiantou que o FMI irá considerar o pedido das autoridades moçambicanas de assistência financeira rápida para fazer face a situação de emergência causada pelo ciclone, esperando que venha a ser disponibilizado um empréstimo entre 60 e 120 milhões de dólares, a título concessional.

Retoma do programa da ajuda do FMI ?Questionado pelos jornalistas se esta calamidade poderá levar a retoma do programa da ajuda do FMI que se encontra suspenso na sequência das dividas ocultas, Ricardo Velloso, afirmou que o FMI defendeu sempre que não pode emprestar dinheiro a um país cuja divida pública é insustentável. Acrescentou que a prioridade, neste momento, é lidar com a emergência e iniciar o processo de reconstrução.

Foto: picture alliance/dpa

"Um programa com o FMI exigirá um programa de mais longo prazo seja um programa de três anos e nós continuamos achando que o melhor momento para esse tipo de conversas com as autoridades será a partir das eleições, de ter um novo governo, para ver não apenas políticas fiscais e monetárias, mas também reformas estruturais que quer fazer e nós temos que avaliar se essas políticas poderiam ser apoiadas com um programa com o FMI. Para este ano um programa desse tipo não está em consideração".

Segundo o chefe da missão do FMI, apesar dos prováveis efeitos macroeconómicos adversos do ciclone Idai em 2019, as perspetivas são de uma recuperação da atividade económica no país a médio prazo, com uma expansão mais significativa com início da produção do gás natural liquefeito em 2023.

Moçambique: FMI estuda empréstimo de emergência após passagem do ciclone Idai

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Défice fiscal global elevado

O chefe da missão do FMI disse que apesar de vários esforços significativos da política fiscal registados em 2017 e 2018, neste último ano o deficit fiscal global permaneceu relativamente elevado, sendo essencial a sua consolidação a médio prazo.

A missão sublinhou também a importância de Moçambique obter um alívio significativo da dívida e o reforço da fiscalização de toda a carteira de dívida do setor público, de modo a trazer os indicadores de dívida para níveis mais seguros. Na frente monetária encorajou o Banco de Moçambique a prosseguir com a redução da taxa básica de juros e a manutenção da flexibilidade da taxa de câmbios.

A missão recomendou ainda as autoridades a continuarem a tomar medidas de reforço da governação, transparência e responsabilização, tendo por outro lado saudado os esforços em curso para a elaboração de um relatório de governação e corrupção e recomendou a sua publicação após a sua conclusão.

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