Moçambique: Preços de gasolina e gasóleo sobem, gás desce
Lusa | Gustav Hofer
17 de maio de 2018
Governo moçambicano anuncia subida de preços de gasolina e gasóleo, que ficam entre 1 e 2 meticais mais caros por litro. Pelo contrário, gás doméstico fica mais barato.
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No âmbito da revisão mensal dos preços dos combustíveis, o Governo moçambicano anunciou que o custo da gasolina sobe 1,6%, de 65,01 para 66,03 meticais (0.92€), enquanto o preço do gasóleo passa de 61,16 para 62,92 meticais por litro (0.88€), ou seja, mais 3%. É uma subida inferior à registada em março, que deixou a população desagradada, uma vez que os salários não acompanham o aumento do custo de vida.
Em sentido contrário, as famílias vão poder poupar no gás doméstico, que passa de 65,18 para 60,94 meticais (0.85€), registando uma queda de 6,5%.
O ajustamento mensal, previsto na lei, acontece sempre que se verifique uma variação do preço-base dos combustíveis superior a 3% (por via de variações da cotação internacional ou do câmbio do metical) ou em caso de alteração dos impostos.
Subsídios governamentais
O Governo continua a subsidiar o gasóleo para determinados fins, como utilização agrícola, pesca artesanal e produção de energia em locais isolados, longe da rede pública.
O mesmo se aplica a viaturas ligeiras com mais de cinco lugares (designadas "chapas"), usadas como transportes públicos na maioria do país.
Os "chapas” abastecem a 31 meticais por litro (0.47€), referiu na quarta-feira (16.05) Moisés Paulino, diretor Nacional de Hidrocarbonetos e Combustíveis no Ministério dos Recursos Minerais e Energia, durante a conferência de imprensa de anúncio da revisão mensal de preços.
Moisés Paulino acrescentou que aquele subsídio será abandonado gradualmente com a entrada em circulação de autocarros entregues pelo Governo aos operadores de sistemas de transportes.
Bicicletas táxi em Moçambique
Quem em Quelimane se quiser movimentar rapidamente, apanha uma bicicleta táxi. As ruas da cidade são muito más para os transportes convencionais. Para muitos, a bicicleta táxi é uma forma de poderem obter algum dinheiro.
Foto: Gerald Henzinger
Bicicletas em alternativa aos carros
Quelimane é uma cidade na costa de Moçambique. Quem por aqui se quiser movimentar rapidamente, apanha uma bicicleta táxi. As ruas da cidade são muito más para os convencionais táxis e autocarro. Além disso, para muitas pessoas, a bicicleta táxi é uma das poucas formas de poderem obter algum dinheiro.
Foto: Gerald Henzinger
Estradas intransitáveis para carros
Quelimane é a capital da província moçambicana da Zambézia. No entanto, as estradas estão em estado deplorável. As pistas de terra estão cheias de buracos. Quando chove, enchem-se de água e tornam as estradas intransitáveis para os carros e para os miniautocarros. As bicicletas táxi, porém, podem contornar as poças de água.
Foto: Gerald Henzinger
Viajar de bicicleta táxi
Dependendo da distância, uma viagem de bicicleta táxi pode custar entre 5 e 20 meticais (aproximadamente entre 15 e 60 cêntimos de euro). Primeiro, o preço é negociado com o motorista. Depois, ocupa-se o lugar almofadado, que é feito especialmente por medida.
Foto: Gerald Henzinger
A bicicleta como alternativa ao desemprego
Em vez estarem desempregados, muitos moradores de Quelimane preferem conduzir uma bicicleta táxi. No entanto, o mercado está saturado com os vários milhares de bicicletas táxi que existem. Lutam todos por clientes entre os cerca de 200 mil habitantes. Isso faz baixar os preços e, por isso, as bicicletas táxi são um negócio difícil.
Foto: Gerald Henzinger
Samuel, taxista de bicicleta
Quando Samuel não está a trabalhar como motorista de serviço, está a estudar. Quando era criança só frequentou a escola até ao sexto ano. Os seus pais não tinham dinheiro e não podiam continuar a pagar os seus estudos. Agora, o jovem de 27 anos tenta obter o diploma do ensino secundário. “Se não o terminar, não vou conseguir um trabalho decente”, diz.
Foto: Gerald Henzinger
Francis, mecânico de bicicletas
Parafusos soltos e pneus lisos estão entre as preocupações quotidianas de um taxista de bicicleta. Francis arranja bicicletas no Mercado Central de Quelimane. Por cada tubo que remenda recebe cinco meticais (cerca de 20 cêntimos). Ganha cerca de 85 euros por mês. Desta forma, consegue alimentar a sua família.
Foto: Gerald Henzinger
Licença controversa
A Câmara Municipal de Quelimane quer reduzir o número de taxistas de bicicleta nas suas estradas. Por isso, no início de 2010, criou uma espécie de licença para estes condutores. Oficialmente, deveria custar cerca de 12 euros, mas os motoristas protestaram. A Câmara Municipal cedeu e suspendeu a licença.
Foto: Gerald Henzinger
Andar de bicicleta para cumprir um sonho
Para o jovem Francisco Manuel, de 19 anos, a bicicleta táxi é uma forma de financiar a sua formação. O seu trabalho de sonho é ser polícia. “Eu não quero roubar para sobreviver”, diz. Assim, optou pela bicicleta táxi. Com os 2,50 euros que ganha diariamente, consegue manter-se a si e ao seu filho.
Foto: Gerald Henzinger
Uma bicicleta táxi para toda a família
Na sua última viagem, Armando só conseguiu ganhar 80 meticais (cerca de três euros). “Foi um bom turno nocturno”, afirma, em jeito de balanço. Desde que o seu pai morreu, tem de ganhar dinheiro para toda a família com a bicicleta táxi. Armando não aprendeu a ler e a escrever, já que abandonou a escola por causa de uma deficiência visual após a terceira classe.
Foto: Gerald Henzinger
Pouco dinheiro para sobreviver
As bicicletas táxi ajudam muitas pessoas sem formação a obter algum dinheiro de forma legal. No entanto, depois de deduzidos os custos, muitas vezes sobram apenas um ou dois euros por dia. E quando estes taxistas ficam doentes, já não entra mais dinheiro em caixa.