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Moçambique: Governo reforça segurança na região centro

Lusa | mp
26 de dezembro de 2019

Medidas de segurança foram anunciadas pelo ministro do Interior para coibir ataques. Basílio Monteiro nega ocorrência de mortes em ação contra autocarro em Sofala na terça-feira (24.12): "Não houve vítimas mortais".

Mosambik Soldat Symbolbild
Governo reforça segurança na região centroFoto: Getty Images/AFP/J. Jackson

Em meio a informações desencontradas sobre a ocorrência ou não de mortes no ataque a um autocarro na última terça-feira (24.12) na província central de Sofala, o ministro do Interior de Moçambique, Basílio Monteiro, anunciou reforço na segurança da região centro do país.

"Nós decidimos incrementar as patrulhas em todas faixas [nas províncias de Manica e Sofala] e serão patrulhas mistas, além de outras medidas que preferimos não avançar", disse Monteiro, durante visita a Chibabava, Sofala, grupos armados protagonizaram um novo ataque na véspera de Natal.

Enquanto o administrador de Chibabava, Luís Nhazonzo, disse à agência Lusa que o ataque contra o autocarro provocou pelo menos dez mortos e nove feridos, o ministro do Interior de Moçambique não confirmou os dados.

"Temos informação que, neste cenário, não houve vítimas mortais a lamentar. Os dados que nos chegaram indicam que as pessoas estavam a ser transportadas e foram obrigadas a abandonar o meio de transporte. Eles [os atacantes] esbulharam os bens de que eles eram proprietários e incendiaram a viatura", declarou Monteiro.

Monteiro: "Guerrilheiros da RENAMO incendiaram a viatura"Foto: Jinty Jackson/AFP/Getty Images

"É possível que alguns passageiros tenham sido carbonizados"

O motorista da viatura descreveu ao canal STV a violência do ataque, destacando que o grupo armado atirou para matar. "Bateram os pneus de frente e eu não consegui mais andar com o autocarro e entrei no mato", descreveu o motorista.

Ele disse que correu depois de parar o veículo. Segundo o motorista, havia pelo menos 23 pessoas no autocarro. "É possível que alguns passageiros tenham sido carbonizados ali dentro", acrescentou ao canal moçambicano STV.

As autoridades reforçarão o policiamento e escoltas em alguns troços. "São reconhecidamente os homens da RENAMO e nós estamos a perseguir a eles em toda profundidade e em todas direções possíveis de fuga", o ministro do Interior.

Em causa está a situação de insegurança que afeta dois dos principais corredores rodoviários do país, a Estrada Nacional 1 (EN1) - que liga o Norte ao Sul do país - e a Estrada Nacional 6 (EN6) - que liga o porto da cidade da Beira e o Zimbabué. 

Entenda os ataques no centro

Desde agosto, grupos armados têm protagonizado ataques no centro de Moçambique. As incursões têm afetado alvos civis, policiais e viaturas nas províncias centrais de Manica e Sofala.

O último ataque ocorreu na última terça-feira (24.12). O administrador de Chibabava – onde ocorreu a ação de um grupo armado – disse à agência Lusa que pelo menos dez pessoas teriam morrido nesse episódio. O Governo nega esta versão.

As ações acontecem num reduto da RENAMO, onde os guerrilheiros se confrontaram com as forças de segurança oficiais até o cessar-fogo de dezembro de 2016.

Oficialmente, o partido RENAMO afasta-se dos atuais incidentes e diz estar a cumprir as ações de desarmamento que constam do Acordo de Paz de 6 de agosto deste ano.

No entanto, um grupo dissidente - autoproclamado "Junta Militar", considerado desertor cúpula oficial da RENAMO - liderado por Mariano Nhongo, permanece entrincheirado na região, reivindicando melhores condições de desmobilização e ameaçando recorrer as armas caso não seja ouvido.

 

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