6ª Conferência sobre Minas, Energia e Gás natural terminou esta quinta-feira (26.04). Governo anunciou que contratos para financiamento da exploração de gás natural na bacia do Rovuma estão em fase avançada.
Foto: ENI East
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O Governo de Moçambique e a empresa petrolífera norte-americana Anadarko estão perto de fechar contratos de exploração de gás natural na bacia do Rovuma, no norte do país. Mas os grandes investimentos só poderão avançar quando esses contratos estiverem finalizados, sublinhou o Executivo.
O vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando, não falou em prazos para assinar os contratos com a multinacional, mas deixou a garantia de que tudo estava a andar bem.
"Estamos neste momento a finalizar a questão dos contratos e com base neles passaremos para a fase de financiamento", explicou Augusto Fernando.
Moçambique: Governo prepara mais investimento em gás natural
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O Executivo moçambicano disse que está igualmente a trabalhar na finalização da legislação que visa definir os requisitos para o financiamento.
"O governo tem vindo a aprimorar a legislação nacional, visando adequá-la cada vez mais a esses objetivos, por um lado, enquanto também aprimoramos o ambiente dos investimentos do setor", acrescentou o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia.
Os especialistas na área do gás defendem maiores investimentos neste setor, pois o país tem um défice muito grande de energia.
O especialista Eduardo André refere que o acordo que está a ser finalizado com a Anadarko é crucial porque considera que o Governo não tem capacidade para o financiamento público direto.
"O que é recomendável é estudar a possibilidade de trazer investidores que se possam associar aos empresários privados moçambicanos e com o estado", sugere Eduardo André.
Gás natural ganha importância
A Anadarko lidera o consórcio da Área 1 de exploração de gás natural no norte de Moçambique, o maior investimento da história do país. O especialista entende que os acordos de financiamento que deverão ser selados entre a multinacional norte-americana e o executivo de moçambicano vão trazer vantagens ao país.
Ponte da Unidade na província de Cabo Delgado (norte de Moçambique)Foto: DW/Estácio Valoi
"São investimentos de um nível muito alto que ultrapassam capacidades de um empresário moçambicano. E seria um valor adicional para a produção de energia e para o consumo direto de gás", justifica.
O Governo moçambicano também vincou a importância do uso do gás natural, pois este recurso está a reduzir substancialmente o consumo de energia a partir de fontes hídricas. Nos últimos sete anos, o país reduziu de 500 para 200 megawatts a produção de energia hídrica, como explica o vice-ministro dos Recursos Minerais e Energia, Augusto Fernando.
"O gás natural está a ter um impacto significativo na matriz energética do país, pois se, em 2012, a energia em Moçambique era 100 por cento na base hídrica, hoje o cenário mudou substancialmente onde a energia hídrica representa 70 por cento e os restantes 30 por cento são assegurados pela produção de energia à base de gás natural, garantido desta forma a diversificação da matriz energética do nosso país".
As maiores barragens de África
Nilo, Congo, Zambeze: os rios africanos guardam grande potencial para a produção de energia. Os governos reconhecem isso e apostam cada vez mais em megaprojetos. Um panorama das maiores centrais hidroelétricas de África.
Foto: William Lloyd-George/AFP/Getty Images
Grande Represa do Renascimento, na Etiópia
No sudoeste da Etiópia, está a ser erguida aquela que será a maior barragem de África. A construção da Grande Represa do Renascimento começou em 2011 e deve ser concluída em 2017. A barragem localiza-se perto da fronteira com o Sudão, no Nilo, e terá uma potência de 6.000 megawatts (MW). O reservatório será um dos maiores do continente, com capacidade para armazenar 63 quilômetros cúbicos de água.
Foto: William Lloyd-George/AFP/Getty Images
Represa Alta de Assuão, no Egito
A Represa Alta de Assuão é atualmente a barragem mais potente de África. Está localizada perto da cidade de Assuão, no sul do Egito. O lago atrás da barragem pode armazenar até 169 quilómetros cúbicos de água. Seu maior afluente é o Rio Nilo. As turbinas têm uma capacidade de 2.100 megawatts. A construção durou onze anos e a inauguração foi em 1971.
Uma das maiores barragens do mundo está localizada na província de Tete. A hidroelétrica Cahora Bassa, no rio Zambeze, tem uma potência de 2.075 megawatts, pouco menos que a Represa Alta de Assuã, no Egito. A maior parte da energia gerada é exportada para a África do Sul. No entanto, sabotagens durante a guerra civil impediram a produção de eletricidade por mais de dez anos, a partir de 1981.
Foto: DW/M. Barroso
Represa Gibe III, na Etiópia
A barragem Gilgel Gibe III fica 350 quilômetros a sudoeste da capital etíope, Addis Abeba. Foi concluída em 2016 e pode gerar um máximo de 1.870 megawatts, tornando-se a terceira maior barragem em África. A construção durou quase nove anos e foi financiada a 60% pelo Banco de Exportação e Importação da China, China Exim Bank.
Foto: Getty Images/AFP
Kariba, entre a Zâmbia e o Zimbabué
A barragem de Kariba fica na garganta do rio Zambeze, entre a Zâmbia e o Zimbabué. Tem 128 metros de altura e 579 metros de comprimento. Cada país tem sua própria central eléctrica. A estação norte, da Zâmbia, tem capacidade total de 960 megawatts. A estação sul, do Zimbabué, tem capacidade total de 666 megawatts. As obras de expansão em 300 megawatts começaram em 2014 e devem terminar em 2019.
Foto: dpa
Inga I e Inga II na RDC
As barragens Inga consistem de duas represas. Inga I tem capacidade para produzir 351 megawatts e Inga II, 1424 megawatts. Foram encomendadas em 1972 e 1982, como parte do plano de desenvolvimento industrial do ditador Mobutu Sese Seko. Mas, atualmente, atingem apenas 50% de seu potencial energético.
Foto: picture-alliance/dpa
Inga III
Inga I e Inga II localizam-se perto da foz do rio Congo e ligadas às cataratas Inga. O governo congolês já planeia o lançamento de Inga III, com custo de 13 mil milhões de euros e capacidade de 4.800 megawatts. Juntas, as três barragens seriam a central hidroelétrica mais potente de África.
Merowe no Sudão
O Sudão também depende fortemente de energia eólica com duas grandes barragens no país: Merowe no Rio Nilo (na foto) tem uma capacidade de 1.250 MW e foi construída por uma empresa chinesa. Ainda maior é a barragem de Roseires no Nilo Azul, que desde a sua construção em 1966 foi várias vezes ampliada e conta atualmente com turbinas que têm uma potência total de 1.800 MW.
Foto: picture-alliance/dpa
Akosombo, no Gana
A oitava maior barragem de África é Akosombo, no Gana. Construída na garganta do Rio Volta, a represa teve como resultado o Lago Volta - o lago artificial do mundo, com área de 8.502 quilómetros quadrados. As seis turbinas têm uma capacidade combinada de 912 megawatts. Além de gerar eletricidade, a barragem também protege contra inundações.
Foto: picture-alliance / dpa
Represa Tekezé, na Etiópia
Outra represa grande de África está localizada na Etiópia. A barragem Tekeze encontra-se entre as regiões de Amhara e Tigré. Apesar de seus impressionantes 188 metros de altura, a capacidade máxima da hidrelétrica é de 300 megawatts e, assim, apenas um vigésimo da potência da Grande Represa do Renascimento. A represa entrou em funcionamento em 2009.