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Moçambique: Mais fiscalização na distribuição de alimentos

Arcénio Sebastião (Beira)
2 de abril de 2019

Relatos têm dado conta do roubo de alimentos e desvios de donativos destinados às vítimas do ciclone Idai. INGC anunciou que vai reforçar a fiscalização na distribuição de alimentos às comunidades afetadas pelo ciclone.

Mosambik | Leben nach der Flutkatastrophe in Zambezia
Foto: DW/M. Mueia

Face às denúncia e vários relatos que têm dado conta do roubo de alimentos e desvios de donativos destinados às vítimas do ciclone Idai, embora não haja  registo de detenções relacionadas com a situação, o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC) moçambicano anunciou que vai reforçar a fiscalização na distribuição de alimentos às comunidades afetadas pelo ciclone Idai.

A directora-geral do INGC, Augusta Maita, assumiu que colaboradores da instituição que dirige, são desonestos ao facilitarem o desvio de produtos que iriam beneficiar as pessoas que foram acolhidas nos centros de acomodação na província de Sofala.

Falta de seriedadeNuma conferencia de imprensa, Maita lamentou por outro lado, a falta de seriedade por parte do seu pessoal que dá apoio no processo de distribuição das ajudas aos carenciados albergados nos centros de acomodação mas destacou que se trata de uma situação muito complexo.

Foto: DW/R.da Silva

 "As reclamações vão continuar sempre enquanto não conseguirmos optimizar aquilo que estamos a fazer. Como podem imaginar, este é um processo absolutamente complexo... temos estado a desdobrar em tudo que é possível para assegurar que estes mecanismos funcionem e que os produtos cheguem aquelas pessoas que precisam . Neste processo naturalmente algumas coisas que não estão ao nosso alcance podem acontecer. O que temos estado a apelar a sociedade é que nos ajudem a monitorar, ajudem-nos a controlar, ajudem-nos a vigiar e deem-nos informação concreta sobre se há elementos de prova que digam que as pessoas estão a roubar, que é para nós agirmos", destacou.

Gestão independente das doaçõesAs reclamações de vários reassentados sobre a falta de alimentos e mantimentos nos centros de acomodação, chegaram ao conhecimento do Presidente da República Filipe Nyusi, aquando a sua visita a Beira na semana passada.

Foto: Getty Images/AFP/Y. Chiba

Na ocasião Filipe Nyusi apelou a criação de uma entidade independente para a gestão das doações.

Em resposta, foi criada e vigora desde segunda-feira (01.04.) uma comissão independente que nos próximos três meses vai liderar o processo de distribuição de mantimentos aos deslocados vítimas do ciclone. Fazem parte desta comissão uma empresa de ramo logístico contratada na Beira e o Programa Alimentar Mundial (PAM), que trabalha em coordenação com o Instituto Nacional de Gestão de Calamidades (INGC).

"Já estamos a trabalhar com o PAM nesse sentido e temos uma entidade local contratada a partir  da cidade da Beira que está a fazer esse processo em articulação com o PAM".

Peritos internacionais na BeiraDepois das destruições do devastador ciclone Idai que a 15 de março passou pela província de Sofala, peritos  internacionais estão desde segunda-feira na Beira para aferir o nível de destruições na cidade.

Foto: picture-alliance/dpa/D. Onyodi

O grupo de peritos, deslocou-se à região a convite do conselho autárquico da Beira, que pretende com o trabalho de peritagem criar um banco de dados sobre as destruições provocadas pelo ciclone Idai com vista a planificar os investimentos nas áreas prioritárias.

Recorde-se, que o número de mortos provocados pelo ciclone Idai e as cheias que se seguiram subiu para 598, segundo anunciaram esta terça-feira as autoridades moçambicanas. O número de pessoas afetadas pelo ciclone Idai em Moçambique já atinge 195.287 famílias.

O grupo de pessoas afetadas inclui todas aquelas que perderam as casas, precisam de alimentos ou de algum tipo de assistência.

Moçambique: O desespero por ajuda depois do Ciclone Idai

01:51

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